sábado, 23 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Depois de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) condicionar o recebimento dos US$ 20 milhões do G7 para a Amazônia a um pedido de desculpas do presidente francês, Emmanuel Macron, (clique aqui) o Palácio do Planalto voltou atrás, na noite de ontem (27), nas exigências impostas para aceitar a oferta europeia.
Questionado sobre se a Presidência mantinha a exigência a Macron, o porta-voz Otávio Rêgo Barros não confirmou. O general disse apenas que o Brasil só aceitará recursos desde que possa gerenciá-los como achar mais conveniente.
"Quaisquer recursos advindos do exterior em benefício do combate a esse momento que vivenciamos de queimadas serão bem-vindos, mas também gostaria de reforçar que é essencial entendimento de quem venha a promover essa doação de que a governança desses recursos, financeiros ou de reposição de materiais e ferramentas, é do governo brasileiro", disse.
O porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, afirmou ontem (27/8) que, caso o governo federal aceite doações de organismos internacionais e de outros países, a gestão dos recursos e da ajuda material deverá ser feita pelo próprio governo brasileiro.
“Quaisquer recursos advindos do exterior, em benefício do combate de queimadas e desmatamento, são bem-vindos, mas gostaria de reforçar que é essencial, de quem venha a promover essa doação, o entendimento de que a governança desses recursos, financeiros ou de reposição de materiais e ferramentas, é do governo brasileiro“, disse Rêgo Barros, em entrevista a jornalistas.
Detalhes
Em nota dilvulgada na noite anterior (26/8), o Ministério das Relações Exteriores destaca que países ricos descumpriram acordos sobre financiamento para preservação da Floresta Amazônica. O Itamaraty pede mais engajamento dos países nos acordos já vigentes.
O presidente Jair Bolsonaro e ministros se reuniram hoje com governadores da Amazônia Legal, que pediram que o Brasil retome a cooperação internacional que viabilize mais recursos para a região. No encontro, no Palácio do Planalto, foram discutidas as ações de combate às queimadas nas áreas de floresta.
Segundo o governo federal, uma série de propostas será apresentada ao presidente Bolsonaro amanhã, quinta feira (29/8). Elas serão consolidadas pelo ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) levando em consideração as sugestões apresentadas pelos governadores da Amazônia Legal, segundo o porta-voz. As medidas podem incluir questões relacionadas à regularização fundiária e regulamentação de atividades extrativistas em unidades de conservação e terras indígenas.
O porta-voz ainda respondeu a uma declaração do governador do Maranhão, Flávio Dino, que disse, durante a reunião com o presidente e os demais governadores da Amazônia Legal, que não é o momento “de rasgar dinheiro“.
“O governo não rasga dinheiro e não rasgará. Não é uma coisa adequada em um governo que tem a austeridade como princípio maior“, afirmou Rêgo Barros.