quinta-feira, 27 de novembro de 2025
A ONU confirmou que equipes de defesa planetária de vários países irão acompanhar de perto o cometa interestelar 3I/ATLAS, que voltou a gerar polêmica entre especialistas. A mobilização ocorre em meio à identificação de uma anomalia em sua órbita, o que reacende debates justamente enquanto o objeto se aproxima da Terra.
A partir desta quarta-feira (27), uma equipe internacional da Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) dará início a uma campanha de dois meses para observar o 3I/ATLAS durante sua passagem pelo Sistema Solar. Embora não exista risco de impacto, a ONU destaca que o fenômeno representa uma oportunidade rara de estudo. “O cometa apresenta ótimas condições de observação e grande interesse científico”, informou o órgão.
Esta será a oitava campanha da IAWN desde 2017. O 3I/ATLAS foi descoberto apenas em julho de 2025, mas o planejamento para monitoramento já estava em andamento havia mais de um ano. Pesquisadores explicam que cometas são mais difíceis de rastrear, por serem objetos difusos e mais complexos do que asteroides.
A atenção internacional cresceu após o cometa se tornar alvo de teorias virais nas redes sociais e até em alguns meios acadêmicos. A NASA precisou reforçar que o 3I/ATLAS não passa de um cometa natural, contrariando especulações sobre possível origem artificial. “Queremos muito encontrar sinais de vida no universo… mas o 3I/ATLAS é um cometa”, afirmou Amit Kshatriya, representante da agência norte-americana.
Imagens amadoras recentes reforçam essa avaliação, mostrando a estrutura típica: cabeça difusa e brilhante e uma cauda extensa. Mesmo assim, o físico de Harvard Avi Loeb reacendeu a polêmica ao afirmar que a passagem extremamente precisa do cometa pelo Raio de Hill de Júpiter seria improvável ao acaso. Para ele, a chance seria de 1 em 26 mil. A NASA, porém, explica que a aceleração observada é compatível com jatos de gás liberados pelo gelo do cometa conforme ele se aproxima do Sol.
O ápice da aproximação do 3I/ATLAS com a Terra está previsto para 19 de dezembro, momento essencial para análises espectroscópicas que devem esclarecer definitivamente a natureza dos jatos registrados. Depois, em março de 2026, o cometa passará por Júpiter, num encontro que pode alterar seu caminho. Pesquisadores indianos apontam que Júpiter e Marte devem perturbar sua trajetória, lançando-o rumo à constelação de Gêmeos em uma jornada de cerca de 100 anos.
Até lá, cientistas esperam obter as imagens mais detalhadas do objeto, graças à posição estratégica da sonda Juno, que deve registrar a passagem. Enquanto isso, o enigmático visitante interestelar segue cruzando o Sistema Solar e alimentando a curiosidade — e a eterna busca por respostas sobre o que existe além de nós.
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