A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta segunda-feira (25), que suspendeu temporariamente os testes realizados com a cloroquina e com a hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19 nos ensaios Solidariedade – estudos liderados pelo órgão com cientistas de 100 países que investigam a eficácia de 4 tratamentos contra o novo vírus.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a decisão de suspender o uso dos medicamentos foi dada após a revista científica The Lancet publicar, na sexta-feira (22), uma pesquisa realizada com 96 mil pessoas que apontou não somente a ineficácia da cloroquina e da hidroxicoloroquina, mas também o risco de arritmia cardíaca nos pacientes as usufruíram.

“Os autores reportaram que, entre pacientes com Covid-19 usando a droga, sozinha ou com um macrolídeo [classe de antibióticos a qual a azitromicina faz parte], estimaram uma maior taxa de mortalidade”, relatou Tedros.

Ainda foi afirmado pela OMS que os demais testes dos ensaios Solidariedade irão continuar, pois a suspensão foi apenas da cloroquina e da hidroxicloroquina.

Brasil e a cloroquina

No Brasil, além de muito defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, o medicamento também foi liberado recentemente, há menos de uma semana, para ser utilizado no tratamento de pacientes com coronavírus, podendo ser prescrito em todos os estágios da doença.

A funcionalidade da cloroquina e da hidroxicloroquina foram um dos pontos de divergência de Bolsonaro com os dois ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, pois ambos não concordavam com a prescrição da droga, uma vez que não há comprovações científicas de sua eficácia.