quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Neymar enfrenta julgamento final sobre fraude fiscal a apenas um mês da Copa do Mundo do Catar

POR | 17/10/2022
Neymar enfrenta julgamento final sobre fraude fiscal a apenas um mês da Copa do Mundo do Catar

Redação Jornal Somos

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A partir desta segunda-feira (17), a apenas um mês da Copa do Mundo do Catar, o jogador Neymar, enfrenta o julgamento final do caso que investiga irregularidades em sua polêmica contratação pelo Barcelona, que aconteceu há quase uma década.

 

Nesta manhã, o jogador do Paris Saint-Germain foi a um tribunal em Barcelona ao lado dos pais, que também são processados no caso.

 

O jogador passou duas horas na sessão e foi dispensado pelo juiz, no entanto terá que voltar para prestar depoimento na sexta-feira (21/10).

 

O julgamento acontece entre 17 e 31 de outubro, e marca a etapa final de uma grande complicação enfrentada pelo brasileiro na Justiça espanhola e que causou a demissão do presidente do Barcelona na época, Sandro Rossel, além do desgaste do jogador na Espanha.

 

Neymar, que vai liderar a seleção brasileira a partir do dia 20 de novembro no Mundial do Catar, é acusado pelo Ministério Público, do crime de corrupção empresarial. O MP pede dois anos de prisão e o pagamento de multa de 10 milhões de euros (cerca de R$ 51 milhões).

 

A defesa de Neymar afirma que o jogador não cometeu crime e também questionam se a Espanha tem competência legal para o caso.

 

Além do jogador, também são processados seus pais, os ex-presidentes do FC Barcelona Sandro Rosell – para este o MP solicita cinco anos de prisão por corrupção e fraude – e Josep Maria Bartomeu, assim como o ex-presidente do Santos, Odílio Rodrigues Filho.

 

Também são acusadas três pessoas jurídicas: FC Barcelona, Santos FC e a empresa fundada pelos pais de Neymar para administrar sua carreira.

 

Todos os envolvidos foram convocados para a primeira de sete audiências do julgamento, que deve acontecer até o dia 31 de outubro.

 

Conforme o cronograma inicial, o depoimento do jogador está previsto para ocorrer no dia 21 ou 28 de outubro. No entanto, o documento não indica se ele prestará depoimento presencialmente.

 

Pré-acordo secreto

 

Antes do depoimento de Neymar, acontecerá outro depoimento muito aguardado, que é o do presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, que testemunhará nesta terça-feira (18/10) por videoconferência para explicar, a pedido da DIS, como pré-acordo assinado em segredo entre o Barça e o jogador em 2011 influenciou o mercado.

 

Em primeiro momento, o FC Barcelona anunciou que a contratação de Neymar custou 57,1 milhões de euros (40 milhões para a família e 17,1 para o Santos), porém foi calculado pela justiça espanhola que a operação custou ao menos 83 milhões de euros (cerca de R$ 431 milhões).

 

O DIS – fundo de investimento esportivo que pertencia ao grupo brasileiro de supermercados Sonda – argumenta que o Barça, Neymar e mais tarde o Santos, se aliaram para ocultar o valor real da operação por meio de outros contratos dos quais ficou de fora.

 

A empresa, que adquiriu 40% dos direitos econômicos do jogador em 2009, recebeu 6,8 milhões de euros dos 17,1 pagos oficialmente ao clube brasileiro.

 

"Neymar Júnior, com a conivência de seus pais e do FC Barcelona, e seus dirigentes no momento, e do Santos FC (...) fraudou os legítimos interesses econômicos do DIS", afirmou Paulo Nasser, advogado da empresa, que denuncia que os direitos do jogador "não foram vendidos para a maior proposta".

 

O fundo DIS, por considerar-se duplamente prejudicado, tanto por não ter recebido sua parte da transferência real quanto pelo contrato de exclusividade assinado por Neymar e o Barcelona – que impediu outros clubes de disputar a contratação do atacante –, pede restituição dos 35 milhões de euros que calcula ter perdido.

 

O grupo ainda pede, como acusação particular, cinco anos de prisão para o jogador, Rosell e Bartomeu, além de multas milionárias.

 

O argumento dos advogados do jogador é de que o cliente não cometeu nenhum crime, já que os 40 milhões de euros corresponderam a um “bônus de contratação legal e habitual no mercado do futebol”, e questionam se a Espanha tem a competência legal para o caso.

 

 

(Com informações do G1)

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