segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Foto: Very Large Telescope
A Agência Espacial Americana (NASA) ativou nesta semana o protocolo de defesa planetária após identificar um comportamento considerado “anômalo” no cometa interestelar 3I/ATLAS (C/2025 N1). Descoberto em 1º de julho pelo sistema ATLAS, no Chile, o objeto é apenas o terceiro de origem interestelar já registrado atravessando o Sistema Solar e chamou atenção pela dificuldade de prever sua trajetória.
O alerta foi emitido pelo Minor Planet Center (MPC), da Universidade de Harvard, em parceria com a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN). Segundo o boletim técnico (MPEC 2025-U142), o cometa apresenta instabilidade incomum no brilho e no movimento, o que dificulta a medição exata de sua posição e velocidade.
Em resposta, a NASA anunciou uma campanha internacional de monitoramento entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026. A ação reunirá astrônomos e centros de pesquisa de vários países com o objetivo de aprimorar os métodos de observação e cálculo de órbitas de cometas — especialmente os de origem interestelar.
Apesar da ativação do protocolo, a agência enfatizou que não há qualquer risco de colisão com a Terra. A iniciativa tem caráter preventivo e de treinamento, buscando aperfeiçoar o rastreamento de corpos com comportamento atípico.
Visitante interestelar
Estudos preliminares indicam que o 3I/ATLAS possui entre 20 e 30 quilômetros de extensão, com um núcleo rochoso de cerca de 5,6 quilômetros e massa estimada em 33 bilhões de toneladas. O cometa viaja a aproximadamente 61 quilômetros por segundo e foi detectado a 670 milhões de quilômetros do Sol.
Sua origem fora do Sistema Solar o coloca ao lado de objetos raros como o ʻOumuamua e o 2I/Borisov, observados em 2017 e 2019, respectivamente. Segundo a NASA, o comportamento imprevisível do 3I/ATLAS pode estar relacionado à liberação intensa de compostos voláteis, o que altera o impulso do núcleo e, consequentemente, sua rota.
O cometa também apresenta emissões irregulares de gás e poeira, o que dificulta determinar com precisão sua órbita. “Corpos cometários são sistemas complexos, e nem sempre é possível medir seu centro de massa com exatidão. No caso do 3I/ATLAS, os dados sugerem variações incomuns que exigem acompanhamento constante”, informou a IAWN.
Instituições como o Instituto de Astrofísica de Canarias (IAC) e o Jet Propulsion Laboratory (JPL) participam das análises, com foco em compreender a composição química e o comportamento físico do objeto.
Com informações de Jornal Opção.
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