sábado, 03 de maio de 2025

Ministro da Previdência pede demissão após escândalo de descontos indevidos no INSS

POR Marcos Paulo dos Santos | 02/05/2025
Ministro da Previdência pede demissão após escândalo de descontos indevidos no INSS

Foto: Metropoles

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O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), entregou seu pedido de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (2). A saída foi aceita por Lula e ocorre após o desgaste provocado pela operação da Polícia Federal (PF), que investiga uma série de descontos indevidos aplicados sobre os benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

 

A investigação, chamada de Operação Sem Desconto, foi deflagrada na quarta-feira (23) e levou ao afastamento de membros da alta gestão do INSS. No mesmo dia, Lula exonerou o presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi. A decisão presidencial contrariou o ministro, que chegou a defender publicamente o aliado e sua permanência no cargo.

 

Inicialmente, acreditava-se que Lupi continuaria à frente da pasta, já que não havia provas diretas de seu envolvimento. No entanto, veio à tona que o ministro havia sido alertado ainda em 2023 sobre as irregularidades e optou por não agir, o que enfraqueceu sua posição no governo.

 

Em março de 2024, o portal Metrópoles publicou uma série de reportagens baseadas em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), revelando que 29 entidades autorizadas a cobrar mensalidades de aposentados viram seus faturamentos dispararem em até 300% em um ano. As mesmas entidades respondiam a mais de 60 mil ações judiciais por descontos indevidos.

 

A apuração mostrou que aposentados passaram a ter valores entre R$ 45 e R$ 77 descontados de seus benefícios, muitas vezes sem nunca terem se associado a tais entidades. O escândalo levou o INSS a iniciar investigações internas, que foram reforçadas pela atuação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal.

 

A repercussão das denúncias também culminou na exoneração do diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis. A demora de Lupi em tomar providências e sua resistência em atender à ordem de Lula para demitir Stefanutto aumentaram a pressão por sua saída, que acabou se concretizando nesta sexta-feira.

 

Com informações de Metrópoles.

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