quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Os ataques no domingo de Páscoa no Sri Lanka foram uma retaliação pelo massacre nas mesquitas da Nova Zelândia, afirmou ao Parlamento cingalês o ministro da Defesa do país, Ruwan Wijewardene, nesta terça feira (23).
A autoridade acrescentou que os investigadores apontam dois grupos islâmicos locais como responsáveis pelas oito explosões que deixaram 321 mortos e cerca de 500 feridos. Sem apresentar evidências de seu envolvimento, o Estado Islâmico reivindicou nesta terça feira a autoria dos atentados.
Segundo as autoridades, os ataques foram realizados por pelo menos sete homens-bomba, em três igrejas e quatro hotéis. Nesta terça-feira, as Nações Unidas informaram que 45 crianças e adolescentes estão entre os mortos.
“As investigações preliminares revelaram que o que aconteceu no Sri Lanka foi uma represália pelo ataque contra os muçulmanos de Christchurch”, declarou Ruwan Wijewardene, em referência ao ataque que deixou 50 mortos no dia 15 de março em duas mesquitas da grande cidade do sul da Nova Zelândia.
O ministro não detalhou por que as autoridades acreditavam que havia um elo entre as explosões no Sri Lanka e o ataque armado em Christchurch, feito por um supremacista branco com ideário de extrema direita durante as orações de sexta-feira. Segundo o ministro, dois grupos atuaram em conjunto no Sri Lanka, com alvos em cerimônias de Páscoa e no serviço de café da manhã de hotéis de alto padrão do país.
Wijewardene disse que as investigações revelam que o grupo National Thowheeth Jama'ath (NTJ) está por trás dos ataques e tem vínculos com o movimento islamita radical na Índia, o JMI (Jamaat-ul-Mujahideen, India). As autoridades têm poucas informações sobre o JMI, exceto alguns dados revelados ano passado e que está ligado a um grupo de nome similar em Bangladesh.
Esta terça-feira foi declarada dia nacional de luto. Parentes e amigos se reuniram para realizar funerais de vítimas dos ataques, também como pressão sobre o governo, criticado por não ter agido efetivamente ao receber, no começo do mês, uma advertência sobre um possível ataque do NTJ.
Os atentados ressaltaram fraturas no governo do Sri Lanka, e aumentaram a preocupação de se a discórdia impediu uma eventual ação que pudesse evitar o massacre de Páscoa.
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