terça-feira, 13 de maio de 2025

Lula propõe maior participação da China em obras de infraestrutura na América Latina durante fórum internacional

POR Ana Carla Oliveira | 13/05/2025
Lula propõe maior participação da China em obras de infraestrutura na América Latina durante fórum internacional

Foto: Ricardo Stuckert / PR

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Durante a abertura do IV Fórum Celac-China, realizado nesta terça-feira (13) em Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma aliança estratégica entre a América Latina e a China, com foco especial no investimento em infraestrutura. Em seu discurso, Lula destacou que a cooperação sino-latino-americana tem potencial para impulsionar o desenvolvimento regional, desde que haja uma articulação mais coordenada entre os países envolvidos.

 

O presidente brasileiro ressaltou que obras como rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão dependem diretamente do apoio financeiro e tecnológico da China para saírem do papel. No entanto, Lula também pontuou que a viabilidade desses projetos está atrelada à capacidade dos países latino-americanos e caribenhos de agirem de forma integrada, garantindo escala e eficiência regional.

 

“O apoio chinês é decisivo para tirar do papel rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão. Mas a viabilidade econômica desses projetos depende da capacidade de coordenação de nossos países para conferir a essas iniciativas escala regional”, afirmou Lula.

 

O evento reuniu líderes de diversos países da região, incluindo os presidentes do Chile, Gabriel Boric, da Colômbia, Gustavo Petro, além do presidente chinês, Xi Jinping. O fórum é uma iniciativa da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que reúne 33 países visando fomentar a integração regional.

 

Críticas às barreiras comerciais

 

Durante sua fala, Lula também abordou temas sensíveis do comércio internacional, destacando o impacto negativo das tarifas impostas por países como os Estados Unidos, especialmente sob a gestão do ex-presidente Donald Trump. Ele mencionou que as distorções nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), principalmente em relação ao setor agrícola, perpetuam desigualdades entre nações.

 

“Sempre existiram distorções no comércio internacional, especialmente no intercâmbio de produtos agrícolas. A imposição de tarifas arbitrárias só agrava essa situação. Para construir um futuro compartilhado, é necessário reduzir as assimetrias entre os países”, reforçou.

 

Com forte tom diplomático, Lula defendeu uma ordem internacional mais justa e equilibrada, em que o Sul Global tenha maior voz na definição dos rumos econômicos e comerciais do planeta.

 

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