A Copa do Mundo do Catar será marcada nesta quinta-feira (1º) pelo primeiro trio feminino a comandar um jogo da Copa do Mundo masculina de futebol.  Stéphanie Frappart, Neuza Back e Karen Diaz Medina conduzem o confronto entre Alemanha x Costa Rica, no estádio Al Bayt, pela última rodada da fase de grupos do Mundial.

Hansi Flick técnico da Alemanha, que entra em campo hoje, apoiou o pioneirismo de Frappart. “Eu confio 100% nela. Acho que ela merece estar aqui”, disse Flick.

Quem também deu sua opinião foi o técnico da Costa Rica, Luis Fernando Suárez.

“Sou um admirador profundo de tudo que as mulheres têm conquistado e acho que elas têm que continuar conquistando. Especialmente nesse esporte que é muito sexista. É difícil atingir esse espaço e acho que é um passo positivo para o futebol”, destacou Suárez.

Mulheres árbitras

Desde a primeira edição da Copa, em 1930, a Fifa nunca havia escalado mulheres para qualquer função de arbitragem nos jogos do Mundial.

A primeira mulher árbitra no mundo estreou apenas na década de 1970, a brasileira Léa Campos.

São escassos os registros históricos sobre mulheres no futebol, porém Léa deixou o nome marcado como possivelmente sendo a primeira mulher a apitar jogos do masculino.

No Brasil, entre 1941 e 1979, as mulheres foram proibidas de jogar futebol, com base no Decreto-Lei 3.199, o que afetou o desenvolvimento delas no esporte. O pioneirismo de Léa aconteceu neste período, e por anos a Federação Mineira não autorizou a expedição de seu diploma. A evolução da arbitragem, desde então, aconteceu de forma tímida em todo o mundo.

O Campeonato Brasileiro, só voltou a ter mulheres árbitras de forma contínua há três anos, em 2019. Na Europa, apenas em 2017 em uma de suas principais ligas masculinas teve uma mulher no comando de arbitragem, com Bibiana Steinhaus, na Bundesliga.

Copa do Mundo masculina

Mulheres na arbitragem do Mundial feminino se tornaram comum, porém em meio aos homens, a competição parecia distante de mudança. Na última edição da Copa na Rússia, por exemplo, foram convocados 99 nomes – entre juízes e assistentes. Nenhuma mulher.

Das 129 pessoas escolhidas pela Fifa para a Copa de 2022, há seis mulheres, são elas: Neuza Inês Back (Brasil), Karen Diaz Medina (México), Yoshimi Yamashita (Japão), Stephanie Frappart (França) e Kathryn Nesbitt (Estados Unidos). Menos de 5% do todo, mas com o peso de ser um marco histórico. Coincidentemente, no conservador Catar.