quarta-feira, 03 de julho de 2024

MUNDO

Ídolo alemão, Franz Beckenbauer, morre aos 78 anos

POR Bento Júnior | 08/01/2024
Ídolo alemão, Franz Beckenbauer, morre aos 78 anos

Foto: Eilmes/picture alliance via Getty Images

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Considerado o maior nome da história do futebol alemão, Franz Beckenbauer morreu na noite de domingo, dia 07, aos 78 anos. Um comunicado da família foi divulgado pela imprensa alemã, sem detalhes sobre a causa da morte, apenas indicando que o ex-atleta morreu dormindo. A notícia veio dois dias depois do falecimento do brasileiro Zagallo.

 

“É com profunda tristeza que anunciamos que meu marido e nosso pai, Franz Beckenbauer, faleceu pacificamente enquanto dormia ontem, domingo, cercado por sua família. Pedimos que possamos lamentar em silêncio e nos abster de qualquer pergunta” diz a nota.

 

Segundo o jornal Bild, Beckenbauer enfrentava muitos problemas de saúde nos últimos anos. Ele sofreu muito com a morte de seu filho Stephan (46), em 2015, e as acusações de corrupção no processo de escolha da Copa do Mundo de 2006.

 

O veículo indica que o Kaiser teve um Infarto ocular, passou por operações cardíacas e tinha demência associada à doença de Parkinson. Beckenbauer é um dos grandes ídolos da história do futebol alemão, campeão mundial com a seleção do país em 1974, dois anos depois de conquistar a Eurocopa. Como jogador, era referência histórica do Bayern de Munique, onde atuou por 13 anos e conquistou uma série de títulos.

 

O ex-zagueiro também entrou para a história das Copas do Mundo ao conquistar o Mundial de 1990 como treinador. Desta forma, está em um seleto grupo que conta apenas com Zagallo, morto na sexta-feira, aos 92 anos, e Didier Deschamps, atual comandante da seleção francesa e único do grupo ainda vivo. Beckenbauer (74 e 90) e Deschamps (98 e 2018), porém, tem dois títulos cada, ao contrário de Zagallo que é o único a ter conquistado quatro títulos mundiais (58, 62, 70 e 94). 

 

Franz Beckenbauer nasceu no dia 11 de setembro de 1945, em Munique, dias após o fim da II Guerra Mundial. Sua família trabalhou na reconstrução da cidade, arrasada pela guerra, mas ele logo mostrou sua paixão pelo futebol. Beckenbauer começou como atacante na base, no SC Munique 06. Mas no Bayern de Munique, o clube de sua vida, se descobriu como líbero e revolucionou a posição e a história do clube. Antes dele, o time bávaro havia conquistado o Campeonato Alemão apenas uma vez.

 

Ele conquistou o torneio quatro vezes com a camisa da equipe, além de quatro títulos da Copa da Alemanha e o tricampeonato seguido da Copa dos Campeões Europeus (atual Champions League), entre 1973 e 1976. Com 76 gols marcados, o ex-líbero é o quinto jogador com mais jogos pelo Bayern, 584.

 

A estreia na seleção alemã foi em 1965 e, no ano seguinte, veio a primeira Copa do Mundo. No Mundial da Inglaterra, Beckenbauer quatro de seus cinco gols em Copas. A Alemanha seria vice-campeã para a Inglaterra.

 

No México, em 1970, o ex-zagueiro viveu um dos episódios que marcaram sua carreira: jogou com a clavícula quebrada na semifinal contra a Itália e não evitou a derrota por 4 a 3. No entanto, quatro anos mais tarde, veio a redenção. Beckenbauer viveria, nos anos seguintes, o seu auge como jogador.

 

Em 1974, após a conquista da Eurocopa de 1972, a Alemanha conquistou seu segundo título da Copa do Mundo com o Kaiser de protagonista e vitória por 2 a 1 sobre a Holanda de Johan Cruyff na final. Franz Beckenbauer foi Bola de Ouro em 1972 e 1976. Ele e Rummenigge são os dois únicos alemães a conquistarem o prêmio mais de uma vez.

 

A polêmica com a Copa de 2006

Beckenbauer foi chefe do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2006, sediada na Alemanha. Em 2016, uma investigação da Procuradoria-Geral da Suíça (OAG) acusou o ídolo alemão e outros três dirigentes de quatro crimes, dos quais incluíam fraude e lavagem de dinheiro.

 

A investigação apurava também se a Alemanha havia comprado o direito de ser sede daquele Mundial. O processo foi encerrado em 2020, após prescrever. As acusações levaram o dirigente a abandonar o cargo que mantinha no Comitê Executivo da Fifa. Ele chegou a admitir “erros” na organização daquela Copa do Mundo, mas negou que o país tenha comprado votos para ser sede.

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