segunda-feira, 25 de agosto de 2025

MUNDO

Guerra em Gaza: fome extrema faz cães devorarem cadáveres e atacarem moradores

POR Ana Carla Oliveira | 25/08/2025
Guerra em Gaza: fome extrema faz cães devorarem cadáveres e atacarem moradores

Foto: Freepik/ IA

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A brutalidade da guerra em Gaza não tem deixado marcas apenas nos moradores. Após meses de ofensivas israelenses, a destruição generalizada e a escassez de alimentos alteraram até o comportamento dos animais. Relatos de habitantes apontam que cães, tomados pela fome, passaram a devorar cadáveres humanos e atacar pessoas pelas ruas.

 

“À noite, ouvimos os cães a uivar. Tornaram-se selvagens de tanto comerem cadáveres. O seu ladrar mudou, tornando-se feroz”, relatou à CNN o palestino Majdi Abu Hamdi, de 40 anos, pai de quatro filhos. Ele acrescentou que até mesmo outros animais estão sendo alvo dos ataques: “Há dois dias, um gato passou perto deles. Mais de vinte cães atacaram-no e despedaçaram-no”.

 

A fome e o colapso dos serviços básicos transformaram Gaza em um cenário de insegurança. Famílias relatam que evitam sair de casa após o pôr do sol, quando animais famintos vagam pelas ruas em busca de alimento.

 

ONU confirma estado de fome em Gaza

 

Pela primeira vez, a ONU confirmou que a Cidade de Gaza vive um estado de fome. O relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), divulgado na sexta-feira (22), aponta que 500 mil pessoas enfrentam condições “catastróficas”, marcadas por miséria, fome extrema e risco elevado de morte.

 

Autoridades da ONU responsabilizaram Israel pelo agravamento da crise e classificaram o uso da fome como arma de guerra — crime previsto pelo direito internacional. O governo israelense, por sua vez, rejeitou a acusação, chamando o relatório de “mentira descarada”.

 

A Província de Gaza, que engloba a capital, cidades vizinhas e campos de refugiados, foi classificada na fase 5 da Escala de Insegurança Alimentar Aguda — o nível mais grave. Desde a criação do padrão, em 2004, a fome só havia sido confirmada quatro vezes: na Somália (2011), no Sudão do Sul (2017 e 2020) e no Sudão (2024).

 

*Com informações Mais Goiás

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