quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A soja brasileira tem sido um ponto de tensão entre Donald Trump e o governo chinês.
Os Estados Unidos era o principal fornecedor de soja não só da China como também do mundo, mas isso acabou mudando no ano de 2018 quando o grão americano foi ficando mais caro e a China substituiu as compras dos EUA pelo produto do Brasil. Já era de se imaginar que Trump não ficaria nada feliz com a notícia.
A China tem como objetivo punir os EUA e reduzir a importância como fornecedor de commodities e o Brasil acabou se tornando o coadjuvante dessa guerra comercial.
Em 2018, o primeiro ano da guerra comercial, as exportações brasileiras para a China cresceram 35% na comparação com 2017, gerando uma balança comercial positiva para o Brasil em US$ 30 bilhões.
A soja foi a maior beneficiada, com uma exportação adicional de US$ 7 bilhões para a China, na comparação com 2017. Outros setores que cresceram foram os de carne bovina (US$ 557 milhões a mais), algodão (US$ 358 milhões) e carne suína (US$ 202 milhões).
O Brasil era o segundo maior exportador de soja do mundo e agora é o primeiro, mas ganhos com a guerra comercial são estáveis.
Fabrizio Panzini, da CNI (Confederação Nacional da Indústria), destaca que, embora no curto prazo a guerra comercial entre China e EUA beneficie alguns setores produtivos brasileiros, a longo prazo essa disputa tem potencial para prejudicar a economia do Brasil e do mundo como um todo.
"No ano passado, o comércio mundial cresceu abaixo do previsto e neste ano a guerra comercial também está afetando o ritmo. Então há ganhos pontuais, mas há um risco de diminuição do ritmo de comércio mundial que pode afetar a previsão de crescimento da economia brasileira", diz.
O futuro da exportação de soja do Brasil é imprevisível pois se houver um acordo que favoreça o governo americano o setor exportador de commodities brasileiro pode ser negativamente afetado.
“A guerra comercial motivou o produtor brasileiro a plantar mais. Mas a soja que não foi vendida pelos EUA ficou represada e a nossa referência é a Bolsa de Chicago. Com a sobra de soja, os estoques estão altos e, com isso, o preço cai", diz Bartolomeu Braz.
No final essa guerra comercial traz muitos riscos e ainda tem muita coisa para acontecer.
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