quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
No Brasil, quase dois a cada três estudantes pretendem seguir as dez profissões mais citadas no questionário do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2018 por aqueles que fizeram as provas.
Nesta quarta-feira (22), foram divulgados os resultados do estudo “Empregos dos sonhos? As aspirações de carreira dos adolescentes e o futuro do trabalho”, o estudo é feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na publicação é analisada, entre outras, as resposta à pergunta “Qual profissão você espera ter aos 30 anos de idade?”, feita aos participantes do Pisa.. É analisado no levantamento os resultados dos países que participaram da edição do exame em 2000 e em 2018.
“As aspirações profissionais dos jovens são importantes”, diz o estudo. “As aspirações de carreira dos adolescentes são um bom preditor dos empregos que os alunos podem ocupar quando adultos”, observa. A intenção é mostrar também como essas aspirações mudaram ao longo do tempo.
Ranking por gênero
Os rankings das profissões mais desejadas variam de acordo com o gênero dos estudantes. Entre as mulheres, tanto em 2000 quanto em 2018, medicina, direito, pedagogia e licenciaturas, enfermagem, psicologia, administração e veterinária estão entre as top 10.
Profissões como jornalista, secretária e cabeleireira completavam o ranking em 2000. Já em 2018, elas saíram e deram lugar às ocupações de designers, arquitetas e policiais.
As profissões mais procuradas entre os homens em 2018 foram engenheiro, administrador, médico, advogado, profissional de educação física, arquiteto, mecânico automobilístico, policial e profissional de tecnologia da informação e comunicação. Essas profissões são as mesmas desejadas em 2000, apenas mudaram de lugar no ranking. Engenharia, que antes ocupava o terceiro lugar entre os meninos, passou a ser a mais buscada.
“De maneira esmagadora, são mais frequentes os meninos que esperam trabalhar em ciência e engenharia do que as meninas, mesmo quando meninos e meninas têm o mesmo desempenho no teste científico do Pisa, mas esse nem sempre é o caso. Além disso, em muitos países, o nível de interesse das meninas por essas profissões é maior do que o dos meninos”, diz o estudo.
No Brasil, 63% dos estudantes de 15 anos querem seguir essas carreiras. O índice só é superado pela Indonésia, com 68%. França e República Tcheca têm o menor percentual, 36%.
Futuro
Também foi analisado pelo estudo, os riscos de as profissões escolhidas não existirem mais no futuro, devido ao uso de robôs e de inteligência artificial para substituir trabalhadores.
Segundo o texto, a maioria das carreiras mais populares entre os jovens, como profissionais de saúde e sociais, culturais e legais, tende a ter baixo risco de automação.
Fora do ranking das profissões top 10, “muitos jovens selecionam empregos com risco muito maior de automação. Ao todo, 39% dos empregos citados pelos participantes do Pisa correm o risco de ser automatizados dentro de 10 a 15 anos”.
O risco de automação varia entre países, de acordo com o estudo. Na Austrália, Irlanda e no Reino Unido, cerca de 35% dos empregos citados pelos estudantes correm o risco de automação. Na Alemanha, Grécia, Japão, Lituânia e Eslováquia, mais de 45% desses empregos estão em risco.
Pisa 2018
Aplicado a cada três anos, o Pisa avalia estudantes de 15 anos quanto aos conhecimentos de leitura, matemática e ciências. No ano de 2018, a avaliação foi aplicada em 79 países e regiões a 600 mil estudantes. Cerca de 10,7 mil estudantes de 638 escola fizeram as provas no Brasil.
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