sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Estudo da OMS e OIT indica que fazer longas horas de trabalho aumentam risco de morte

POR Jornal Somos | 23/05/2021
Estudo da OMS e OIT indica que fazer longas horas de trabalho aumentam risco de morte

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

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Um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) concluiu que, em 2016, 745 mil pessoas morreram por acidente vascular cerebral (AVC) ou por doenças cardíacas devido às suas longas horas de trabalho. Diante disso, os especialistas alertam para um crescimento visualizado nos riscos associados aos longos períodos de trabalho ocorridos durante a pandemia de Covid-19, efetuando um apelo pela adoção de uma legislação que limite a carga horária.

 

 

No primeiro estudo global relativo aos efeitos dos horários excessivos na saúde dos trabalhadores, a OMS e a OIT concluíram que trabalhar 55 ou mais horas por semana aumenta em 35% o risco de morte por AVC e em 17% por doença cardíaca, em comparação com uma semana de trabalho de 35 a 40 horas.

 

 

Em 2016, estima-se que 745 mil pessoas foram vítimas de doenças provocadas pelo excesso de horas de trabalho, onde 398 mil vieram à óbito por AVC e 347 mil faleceram por doenças cardíacas. O número de mortes em consequência à doenças cardíacas entre os anos 2000 e 2016, devido às longas horas de trabalho, aumentou 42%, enquanto por AVC, cresceu 19%. 

 

 

De acordo com o estudo, as pessoas que vivem no Sudeste Asiático e na região do Pacífico Ocidental foram as mais afetadas. Nas regiões com mais leis regulamentadas que limitam as horas de trabalho, como a Europa ou a América do Norte, a incidência de mortes por problemas cardiovasculares é inferior. Os dados apontam que quase um em cada dez trabalhadores em todo o mundo (aproximadamente 480 milhões), segundo a OMS e a OIT, precisam trabalhar mais de 55 horas por semana, número que vem aumentando, inserindo ainda mais pessoas em risco de invalidez e morte precoce.

 

 

Com a pandemia, essa tendência pode ser agravada ainda mais, uma vez que o mundo laboral foi altamente modificado, com a inserção, por exemplo, do home office. Embora o estudo não tenha incluído o período da pandemia, a OMS lembra que o recurso ao teletrabalho e a desaceleração econômica podem ter aumentado os riscos associados às longas horas de trabalho.

 

 

“A covid-19 mudou significativamente a maneira como muitas pessoas trabalham”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. Para ele, o teletrabalho passou a ser adotado em vários setores e, muitas vezes, vai além das fronteiras entre casa e trabalho. “Além disso, muitas empresas foram forçadas a reduzir ou encerrar atividades para economizar dinheiro e as pessoas que permanecem empregadas acabam por trabalhar mais horas. Nenhum trabalho compensa o risco de acidente vascular cerebral ou de doença cardíaca. Governos, entidades patronais e trabalhadores precisam trabalhar juntos para chegar a um acordo sobre limites e proteger a saúde dos trabalhadores”, pediu Tedros.

 

 

Maria Neira, diretora do Departamento de Saúde Pública, Ambiente e Determinantes Sociais da OMS, faz um alerta:  “trabalhar 55 horas ou mais por semana é um sério risco para a saúde. Está na hora de acordarmos para o fato de que longas horas de trabalho podem levar à morte prematura”.

 

 

Diante das conclusões do estudo, a Organização das Nações Unidas (ONU) apelou, nessa semana, à todos os países do mundo para que realizem a adoção de uma legislação que limite as jornadas em todos os setores.

 

 

 

 

(Com informações da Agência Brasil)

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