quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Há uma semana confinada em sua residência, na cidade de Lérida, na Espanha, vivendo o distanciamento social, Leiridyne Alves, goianiense de 39 anos, conta que a população espanhola está assustada e insegura. “A situação é de extrema gravidade. Estamos vivendo dias surreais, lutando contra algo que não podemos ver e que mata assustadoramente”, desabafa.
A analista comportamental e especialista em inteligência emocional é natural de Goiânia/GO, mas mora na Espanha – segundo país da Europa que mais sofre com a pandemia da Covid-19 – desde dezembro de 2018. Considerando a realidade em que está inserida, ela assegura: as medidas tomadas em Goiás não são excessivas.
“Não é exagero. E o quanto antes forem acatadas (as medidas), melhor para todos. Dados estatísticos comprovam um índice menor nas cidades que colocaram em prática as medidas preventivas. As autoridades alertam que a maioria da população será contaminada e uma grande dificuldade enfrentada pelo setor da saúde é a falta de leitos para tantos casos, o que vem causando um colapso na rede de saúde, que não possui estrutura para tratar de todos, ocasionando um maior número de mortos”.
Para a goianiense, apesar do impacto negativo na economia, o momento é de prezar pela vida. “O ritmo que se propaga (o novo coronavírus) é alucinante. Infringir a orientação do confinamento é como um sorteio, quanto mais cupons você obtém, mais chances de ser contemplado. Ou seja, ficar em casa é a melhor escolha, sair somente em casos extremos. Somos conscientes do caos que implica tudo isso no setor econômico, mas agora é questão de estarmos vivos ou não”, relata.
Principal rua da Lérida, na Espanha, em meio a crise do coronavírus pic.twitter.com/gK8KHehRQp
— Jornal Somos (@JornalSomos) March 24, 2020
Informações não faltam à população. Segundo Leiridyne, o governo espanhol anunciou em todos os meios de comunicação sobre o que é o coronavírus, suas consequências e precauções. Mesmo assim, as pessoas estão assustadas. “Estamos diante de um vírus novo que se propaga de forma geométrica e não temos ainda um controle eficaz sobre o mesmo”, afirma a analista comportamental. “Numa situação como essa é normal que a população tenha um sentimento de insegurança”.
Embora ocupe o segundo lugar no pódio de países mais atingidos pela pandemia, a população espanhola carrega consigo a esperança de que tudo passará o quanto antes. “A maioria segue as orientações recebidas por parte das autoridades e estão demonstrando total respeito e admiração pelos profissionais da saúde, que todos os dias, às 20h, recebem um minuto de palmas da sociedade como forma de agradecimento”, conta Leiridyne. “A população está unida, temos profissionais dando aulas das sacadas dos seus apartamentos, outros tocando instrumentos diversos, buscando alternativas para minimizar esse impacto negativo de estarmos confinados”.
Além disso, grupos de ajuda às pessoas mais frágeis e grupos de risco também surgiram, demonstrando a crescente do sentimento de solidariedade e união entre os cidadãos espanhóis. “Vimos o quanto somos vulneráveis e um senso coletivo de auxílio ao próximo está sendo forte entre todos”. Apesar do momento difícil, a analista afirma que há uma expectativa de tempos melhores. “Temos a esperança que passará logo e com o menor impacto possível não somente na Espanha, mas em todo o mundo”.
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