Um cidadão russo que usava falsa identidade de pessoa nascida em Goiás, foi um dos libertados pelos Estados Unidos na maior troca de prisioneiros desde o fim da Guerra Fria.

A negociação aconteceu nesta quinta-feira (02) e envolveu o país norte-americano e a Rússia. Segundo o presidente Joe Biden, 16 pessoas foram libertadas das prisões russas. Já o FSB, o Serviço Federal de Segurança russo, confirmou que oito de seus cidadãos foram soltos em retorno. Os filhos de dois dos prisioneiros também retornaram à Rússia.

Um deles, Mikhail Mikushin, se passava por um brasileiro com o nome de José de Assis Giammaria. Ele foi preso em Tromsø, na Noruega, em novembro de 2022.

Segundo a BBC, a certidão de nascimento dele foi emitida na cidade de Padre Bernardo, em Goiás. Funcionários do cartório não sabem dizer como documento foi parar na mão do russo. Autoridades da Noruega afirma que Mikhail usou a falsa identidade para se infiltrar em universidades do Canadá e Noruega. Vários países afirmam que ele seria um coronel russo que fingia ser brasileiro para atuar como pesquisador na Universidade do Ártico da Noruega, país com quem a Rússia faz fronteira.

O site The Insider revelou que Mikushin estudou na Academia Militar Diplomática do Departamento Central de Inteligência russo (GRU) e seria um oficial de inteligência atuando ilegalmente no exterior. Ele teria publicado artigos sobre bases militares no Ártico e depois, se mudado para a Noruega como parte de um programa de estudos.

Segundo investigadores, há três razões para que os espiões russos de elite teriam escolhido ser “nascidos” no Brasil: A população miscigenada, histórico de não envolvimento do país em conflitos internacionais e por fim e o mais grave, as fragilidades dos sistemas de emissão e controle de documentos no Brasil.