sábado, 27 de abril de 2024

MUNDO

Efeito borboleta: os hipopótamos da Colômbia

POR | 02/11/2018
Efeito borboleta: os hipopótamos da Colômbia
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O legado mais impactante que Pablo Escobar deixou para a Colômbia, sem dúvida, são seus hipopótamos. O "barão da cocaína" possuía um zoológico particular em um de seus sítios luxuosos. Após a sua morte, em 1993, a maioria dos animais foi mandada de volta ao seu habitat natural, mas por algum motivo, os hipopótamos foram abandonados no sítio.

 

 

Na época, os animais, três fêmeas e um macho, permaneceram por ali. Depois de algum tempo, quando já tinham se reproduzido e a população já estava em 12 hipopótamos, os animais atravessaram os limites do sítio e foram para o rio mais próximo, o rio Magdallena. Em 2007, a população da pequena cidade de Antioquia começou a ligar para o Ministério do Meio Ambiente, pois havia um animal que eles nunca tinham visto.

 

 

A condição da área era ideal, o rio Magdallena é lento e tem bastante raso, não há secas na região, nem predadores naturais, os animais se alimentam bem e as vezes até invadiam propriedades para pastar, os hipopótamos tiveram muita prosperidade. Por isso, os filhotes passaram a amadurecer mais cedo. Em seu habitat natural, eles começam a se reproduzir entre 7 e 9 anos de idade para os machos e 11 para as fêmeas. Na Colômbia, os animais começam a se reproduzir aos 3 anos de idade. Todas as fêmeas férteis têm pelo menos um filhote por ano.

 

 

Um outro problema é que a população colombiana não tem noção dos riscos oferecidos pelos hipopótamos como a população africana, que já sabe que se trata de um animal perigoso. Por ano, há dezenas de mortes por hipopótamos na Colômbia. Os colombianos veem os filhotes como animais “fofinhos”, alguns até os levam pra casa. Esse animais já entraram em escolas e as crianças brincam com eles naturalmente.

 

 

Em 2009, havia alguns hipopótamos causando problemas na área urbana. Eram um macho, uma fêmea e seu filhote. As autoridades precisaram caçar o macho, porque ele atacou uma pessoa, comendo seu braço e sua perna. A população e a mídia reprovaram a medida das autoridades e depois de diversos protestos a caçada ao restante dos animais foi cancelada.

 

 

A população não quer que os hipopótamos sejam mortos nem castrados. Entretanto a Colômbia não tem estrutura e nem fundos para mantê-los ali, e eles também não podem ser devolvidos à África, pois podem levar doenças diferentes para lá. Hoje há cerca de 40 hipopótamos no rio Magdallena, e o Ministério do Meio Ambiente estima que esse número cresça 6% ao ano. Ninguém sabe como resolver esse problema.

Jornal Somos

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