terça-feira, 23 de abril de 2024

MUNDO

Desigualdades persistem enquanto mortalidade infantil cai

POR Jornal Somos | 20/09/2018

Brasil foi o país com maior redução da mortalidade de crianças

Desigualdades persistem enquanto mortalidade infantil cai

reprodução/google

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Segundo dados de uma nova estimativa de mortalidade, divulgada na terça-feira (18) pela Organização Mundial da Saúde, uma criança morre antes de seus quinze anos à cada cinco segundos no mundo.

 

A nova estimativa de mortalidade realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Divisão da População das Nações Unidas e Grupo do Banco Mundial, estima que 6,3 milhões de crianças menores de 15 anos morreram em 2017, uma a cada 5 segundos, e apontam que as principais causas seriam evitáveis.

 

A Pediatra Maria Carolina Marciano Campos de Souza (CRM 14138 GO) explicou as ocorrências das mortes súbitas do recém-nascido ao Jornal:

“Antes de qualquer definição propriamente dita, alguns conceitos semânticos devem ser bem estabelecidos, pois, como a maioria dos estudos realizados são apresentados na língua Inglesa, estamos sujeitos a algumas interpretações errôneas, principalmente em relação à siglas. Portanto, na língua inglesa, “sudden infant death syndrome” (SIDS), onde “infant” é definido para crianças menores de um ano, aplica-se para o português como Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL). São observados óbitos de crianças maiores de 1 ano de idade nas mesmas características da SMSL. Portanto, definiram-se estes casos como: Sudden unexplained death in childhood (SUDC). Os fatores de risco são muito bem estabelecido na literatura, sendo um deles o hábito de dormir em decúbito ventral e a associação à exposição ao tabaco durante a gestação ou após o nascimento. Dados estatísticos mostram redução significante de óbitos inesperados após introdução de campanhas educativas relacionadas à posição de dormir e exposição ao tabaco. O hábito de dividir o leito com várias pessoas e dormir sobre superfícies macias, também aumenta o risco de óbitos inesperados independentemente da faixa etária. Crianças pequenas para a idade gestacional, baixo peso ao nascimento e ganho pondero-estatural não adequado estão entre as de risco para SMSL e SUDC. A síndrome da morte súbita do lactente é um problema de saúde pública nos países desenvolvidos, porém pouco dimensionado nos países em desenvolvimento. O estabelecimento de protocolos de estudo e sua uniformização baseada na classificação mais atual de SMSL e de SUDC são fundamentais para os avanços em relação à quantificação do problema em nosso meio. As medidas de saúde pública, tais como estimular as gestantes a frequentar as consultas de pré-natal e posteriormente de puericultura, controle do tabaco durante a gestação e após o parto, orientação de hábitos saudáveis de sono para as crianças, incentivo ao aleitamento materno, são extremamente importantes não apenas para prevenir a morte súbita de crianças como para promover a saúde de nossa população.” Conclui a pediatra.

 

Seguindo as pesquisas, foi publicado na terça-feira (18) o boletim ONU News, informando que o Brasil foi o país de língua portuguesa onde houve maior redução da mortalidade de crianças com menos de 5 anos entre 1990 e 2017. Nesse período, a taxa de mortalidade caiu de 63 para 15 em cada mil nascidos vivos.

 

Fazendo uma média de redução da taxa de mortalidade de 5,4% a cada ano, queda mais acentuada do que a de Portugal (5,1% a cada ano), que em 2017 tinha uma taxa de mortalidade que equivalia quase à metade da brasileira: 8 para cada mil nascidos vivos. Os dados são do relatório Níveis e Tendências de Mortalidade Infantil, publicado pela ONU em Genebra (Suíça).

 

A mortalidade infantil, assim como a longevidade, é um dos indicadores de saúde utilizados para calcular o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O Brasil (79º) está quase 40 posições atrás de Portugal (41º) no IDH.

 

Segundo a ONU, as condições da infância no Brasil e Portugal são melhores que nos demais falantes da língua portuguesa. Em 2017, morreram 17 crianças até 5 anos em cada mil em Cabo Verde; 32 crianças em cada mil em São Tomé e Príncipe; 42 em cada mil em Moçambique e 48 crianças em cada mil no Timor-Leste. No ano passado, Angola teve 81 mortes em cada grupo de mil e Guiné-Bissau teve 84 mortes em cada mil.

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