quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Ontem (06), grupos pró e contra o presidente da Bolívia, Evo Morales, se enfrentaram em Cochabamba com paus, pedras e rojões, houve também uma espécie de bazuca artesanal usada por alguns estudantes. Um canal de TV mostrou jovens utilizando escudos de metal para se proteger dos objetos lançados.
Limbert Guzmán, estudante de 20 anos, morreu durante os confrontos que também deixaram 50 feridos. De acordo com o boletim médico, a vítima chegou ao hospital com "traumatismo cranioencefálico grave, fratura na base de crânio e morte cerebral, e apresentou parada cardiorrespiratória".
O presidente Evo Morales lamentou a morte do estudante em rede social "Expresso meu profundo pesar pelo falecimento do jovem Limbert Guzmán, vítima inocente da violência promovida por grupos políticos que estimulam o ódio racial entre irmãos bolivianos", escreveu.
Durante protesto na semana passado na região de Santa Cruz, dois homens morreram baleados. Segundo a imprensa, as manifestações já deixaram 170 feridos no país.
Prefeita humilhada
A sede da prefeitura da cidade vizinha de Vinto, foi incendiada em meio aos confronto pelo partido governista MAS (Movimento para o Socialismo).
Patricia Arce, prefeita de Vinto, foi humilhada pela multidão por transportar camponeses pró-Morales para enfrentar os manifestantes. A prefeita teve o cabelo cortado, foi pintada de rosa e obrigada a andar descalça por vários quarteirões em meios aos gritos de "assassina! assassina!". Arce foi resgatada pela polícia horas depois.
Foi realizada por sindicatos de camponeses uma marcha para restabelecer o tráfego em estradas bloqueadas há dias em Cochabamba, houve também confronto com universitários opositores na Praça Bush e em outras zonas da cidade.
Ainda na quarta-feira (06), também ocorreram protestos nas cidades de Santa Cruz (leste), Sucre (sudeste), Tatija (sul) e Potosí (oeste). Foram registrados durante a noite, confrontos entre a polícia e manifestantes na capital La Paz. Os opositores fecharam as repartições públicas e escritórios de empresas estatais em quase todas essas cidades. Foram fechadas empresas como a Entel (telecomunicações), a YPFB (petroleira) e a BOA (aérea).
A Agência Nacional de Hidrocarbonetos advertiu para um possível desabastecimento de gasolina caso as estradas continuem bloqueadas.
Morales liderou no Lago Titicaca, o ato de 193º aniversário da Marinha boliviana, onde declarou que os militares devem “prestar serviço ao povo boliviano”.
Segundo Morales, “as Forças Armadas sempre têm que garantir a soberania do povo boliviano, à margem do papel constitucional de garantir o território nacional”. O presidente declarou em uma aparente resposta a Luis Fernando Camacho, da oposição, que no último sábado pediu para que os militares ficassem do lado da oposição nessa crise política. Os militares, no entanto, se mantêm a margem da controvérsia eleitoral.
Desejo da oposição
O líder da oposição Luis Fernando Camacho voltou a La Paz na quarta para desafiar Morales com a entrega de uma carta de renúncia para que ele assine.
Camacho declarou em vídeo ter esperança que a oposição irá conquistar seu objetivo, que é a renúncia de Evo Morales.
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