sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Poluição de rios e oceanos, prejuízos ao turismo e desperdício de recursos destacam a urgência de avançar no saneamento básico
Foto: Reprodução
A falta de saneamento básico no Brasil não é apenas um problema de saúde pública — é também um dos maiores vetores de degradação ambiental e de prejuízo econômico no país. Com o Marco Legal do Saneamento completando quatro anos em 2024, grande parte dos avanços ainda é aguardada, especialmente diante de dados preocupantes que mostram o impacto da ineficiência na coleta e tratamento de esgoto.
De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), somente 56% da população brasileira tem acesso à coleta de esgoto e apenas 52,2% do volume coletado é tratado. Isso significa que, diariamente, o equivalente a 5.253 piscinas olímpicas de esgoto não tratado é despejado diretamente no meio ambiente. Nos primeiros 192 dias de 2024, o “esgotômetro”, uma ferramenta criada pelo Instituto Trata Brasil, registrou mais de 1 milhão de piscinas olímpicas de esgoto bruto descartadas na natureza.
Turismo e economia afetados pela falta de saneamento
A poluição gerada pelo despejo inadequado de esgoto prejudica o desenvolvimento de um dos setores mais promissores da economia brasileira: o turismo. O estudo “Benefícios Econômicos e Sociais com a Expansão do Saneamento no Brasil”, do Instituto Trata Brasil, projeta que a universalização do saneamento poderia adicionar até R$ 80 bilhões anuais à economia turística até 2040.]
Saneamento valoriza imóveis e combate perdas de água
Além do turismo, o saneamento também é um fator relevante na valorização de imóveis. Regiões com infraestrutura completa de coleta e tratamento de esgoto atraem investimentos e apresentam aumento substancial no preço dos imóveis, conforme estudos do setor imobiliário.
No entanto, enquanto o Brasil luta para expandir a cobertura de saneamento, o desperdício de água potável também é um desafio crítico. O estudo “Perdas de Água 2024”, do SNIS, revelou que 37,78% da água tratada no Brasil não chega às residências devido a vazamentos, erros de medição e consumo não autorizado. Muller explica que essas perdas representam não apenas um problema operacional, mas também um entrave significativo para a eficiência do sistema de saneamento.
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.