quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Abir Sultan/EPA/Agência Lusa
Alvo de muitas interpretações erradas, ao longo de toda sua história, a cultura islâmica influenciou muito na cultura ibérica, da qual se origina parte da base da cultura latino-americana. Donos de culinária e arquitetura que encantam muitos, pouco se fala no dia a dia sobre as origens do Islã.
Surgida no século VII, entre as maiores culturas religiosas é a mais recente (o judaísmo data do século II A.C. o cristianismo se divide dos judeus já no século I D.C. e as religiões orientais como budismo e xintoísmo datam de cerca do século VI A.C.). O início se deu com as pregações de Maomé, próximo à cidade de Meca.
As mensagens anunciavam uma única religião verdadeira, voltada para um único Deus, contrária à idolatria, ao paganismo que predominava entre as principais tribos que habitavam a Arábia. Maomé foi perseguido, pois sua pregação ameaçava poderes tradicionais, e refugiou-se na cidade de Iatribe (depois chamada de Medina). Essa fuga, conhecida como Hégira (fuga ou expatriação), aconteceu no ano de 622 e marca o início do calendário lunar islâmico.
Maomé e seus seguidores conseguiram, com a nova religião, dar início à unificação das tribos árabes. Fortalecido por seguidas vitórias políticas e militares, Maomé conquistou a cidade de Meca. Manteve o centro religioso local, o templo pagão da Caaba, como símbolo da unidade religiosa, mas antes destruiu todos os ídolos ali existentes. Depois de sua morte, ocorrida no ano de 632, o islamismo teria como líderes os chamados califas (palavra que significa "sucessor").
Após isso, algumas divergências surgiram (como as correntes Sunita e Xiita), além da grande expansão dos Emirados e Califados pelo norte africano, Península Ibérica e Oriente Médio. Atualmente usados como sinônimos, nem todo islâmico é árabe, mesmo sendo a península arábica a origem da fé islâmica. Turcos, Palestinos, Persas, Egípcios são povos próximos da península, que adotaram o islã como sua religião.
Devido ao seu conceito de “Jihad” (ou a “guerra santa”), hoje ainda se há muito preconceito com os seguidores do islamismo, que no Brasil até então se somam cerca de 35 mil. Vale lembrar que são seres humanos assim como todos nós, e muitos, assim como os judeus e as religiões de matriz africana, sofrem preconceito por que a nossa sociedade é predominantemente cristã (entre católicos e protestantes), e mesmo cristãos, judeus e muçulmanos terem as raízes em Abraão e seus descendentes (Isaac para os povos judaico-cristãos e Ismael para os povos árabes).
Muito pouco se fala sobre eles, além do radicalismo de alguns grupos, como o Estado Islâmico, o Hamas e o Hezbolah deixarem mais esse lado da fé e cultura islâmica conhecido, tal qual a inquisição para os católicos à partir do século XII.
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