quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Divulgação
Um dos anúncios que gerou maior burburinho nas redes sociais nos últimos dias, foi feito pelo ex-Beatle Paul McCartney, de que um novo single da banda será lançado. As suspeitas são de que a faixa seja “Now and Then”, cujo único registro que se tem atualmente é uma gravação simples de John Lennon ao piano. Apesar do lançamento de Anthology nos anos 90, a faixa teria ficado de fora por discordância de George Harrison (falecido em 2001).
O ponto mais controverso nesse lançamento é o modo como Lennon fará parte da gravação, já que foi utilizado um software de Inteligência Artificial para que se separassem a voz do cantor, do piano e dos ruídos da gravação, permitindo uma faixa apenas com o vocal, bem límpida e com boa qualidade. O anúncio do uso de IA na primeira faixa inédita dos Beatles em quase 30 anos (as duas inéditas do projeto Anthology, saíram em 1995 e 96 respectivamente), infla ainda mais a discussão do poder que esse tipo de artifício tem na indústria cultural.
Não é de hoje que uma nova tecnologia causa receio na indústria cultural. Um exemplo claro é a democratização do acesso à leitura, com o advento da prensa tipográfica. Porém, o caso das inteligências artificiais vai um pouco além de uma mera mudança do padrão de consumo, ou do modo como um artigo cultural é feito. Tecnologias como o “deepfake”, ou os emuladores de voz, tem suas vantagens como as várias versões de músicas e clipes que fãs montam imaginando “e se o artista x, que já faleceu, tivesse feito uma versão da música y?”.
A preocupação que fica é: de que forma a indústria cultural irá se aproveitar dessa tecnologia? Será a IA o novo “autotune”, que foi utilizado pelo mercado musical até se ficar saturado de algo que era para ser um recurso não tão recorrente? Eu espero que não usem até enjoarem de recursos de IA, mas também espero ver obras de cantores, principalmente dos quais sou fã, sendo finalizados ou recriados em qualidade melhor, por meios artificiais, podendo assim ter um gosto, mesmo que mínimo, de consumir um lançamento de ídolos meus, como os Beatles por exemplo.
E você, o que acha das inteligências artificiais no meio cultural? Conte para nós!
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