No cemitério judeu de Westhoffen, na Alsácia, leste da França, ao menos cem túmulos foram pichados com cruzes suásticas nesta terça-feira (03). Atos similares já ocorreram, nos últimos meses, no mesmo local.

As lápides pichadas se concentram, em sua maioria, na parte mais antiga do cemitério, que conta com cerca de 700 túmulos. O presidente do consistório israelense do departamento do Baixo Reino, Maurice Dahan, reagiu dizendo que está “consternado, em choque”.

Nesta quarta-feira (04), uma visita ao cemitério será feita pelo ministro francês do Interior, Christophe Castaner, para realizar uma “cerimônia de recolhimento”.

O presidente Emmanuel Macron manifestou sua indignação por meio do Twitter, afirmando que “os judeus são e fazem a França. Os que os atacam, inclusive suas tumbas, não são dignos da ideia que temos de França”.

Les Juifs sont et font la France. Ceux qui s'attaquent à eux, jusque dans leurs tombes, ne sont pas dignes de l’idée que nous avons de la France. L'antisémitisme est un crime et nous le combattrons, à Westhoffen comme partout, jusqu'à ce que nos morts puissent dormir en paix.

— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) December 3, 2019

Além das “cruzes gamadas” com tinta preta, os profanadores também escrevem em uma das lápides o número 14, que é considerado um símbolo supremacista branco.

pic.twitter.com/bg3gkJbXMs

— Jornal Somos (@JornalSomos) December 4, 2019

Ações como esta infelizmente não são novidade. Em fevereiro, 96 túmulos foram violados em um cemitério em Quatzenheim, a cerca de 15 km de Westhoffen. Ainda, há alguns meses, mais cemitérios e símbolos judeus também foram violados na Alsácia.

Na França, é proibida a comercialização de objetos que contenham símbolos do nazismo ou que façam alusão a ele. Aqui no Brasil, a apologia ao nazismo é crime segundo o art. 20, § 1° da Lei n° 7.716/1989, onde é prevista reclusão de dois a cinco anos para quem “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada para fins de divulgação do nazismo”.