Depois do péssimo desempenho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no 1º debate para as eleições presidenciais americanas, realizado pela CNN na quinta-feira (28), o partido Democratas colocou sobre a mesa a possibilidade de trocar Biden por outro candidato mais jovem. O presidente, de 81 anos, deixou espectadores em choque pela quantidade de vezes em que gaguejou, não conseguiu completar frases e parecia divagar.

O caminho mais fácil para substituição seria a desistência, mas Biden não dá sinais de que deseja abrir mão de ser o indicado do partido Democrata. A outra via passa pela disputa em convenção, um processo em que os filiados decidem no voto quem será o candidato. De todo modo, a imprensa americana já sugere nomes que podem liderar o partido em caso de substituição. Confira:

• Kamala Harris: atual vice-presidente dos Estados Unidos e primeira mulher negra da história a ocupar o cargo. Embora seja a opção mais óbvia, tem taxas de aprovação baixa.
• Gretchen Whitmer: Governadora de Michigan, tem 52 anos. Destaca-se pela defesa do aborto, dos direitos civis da comunidade LGBTQIA+ e de medidas de segurança contra armas.
• Gavin Newson: Governador da Califórnia, 56 anos. Ganhou notoriedade por seu bom desempenho em um debate contra o governador da Flórida em novembro de 2023.
• JB Pritzker: Governador de Ilinois, tem 59 anos. Lançou uma organização sem fins lucrativos que defende o aborto legal nos EUA.
• Pete Buttigieg: É o mais novo da lista, com 42 anos. É secretário de Transporte dos Estados Unidos e já foi prefeito de uma cidade no interior de Indiana.

Porém, segundo o vice-gerente de campanha de Biden, Rob Flaherty, em um e-mail para os apoiadores, ao qual o jornal americano ABC News teve acesso,  “A brigada dos alarmistas está pedindo para Joe Biden ‘desistir’. Essa é a melhor maneira possível de Donald Trump vencer e nós perdermos”.

“Primeiro de tudo: Joe Biden vai ser o candidato democrata, ponto final. Fim da história. Os eleitores votaram. Ele venceu de forma esmagadora”, acrescentou Flaherty. “E se ele desistisse, isso levaria a semanas de caos, brigas internas e um monte de candidatos que chegariam à convenção exaustos, enquanto Donald Trump teria tempo para falar com os eleitores americanos sem contestação.”

Ele continuou: “Tudo isso seria em prol de um candidato que entraria em uma eleição geral na posição mais fraca possível, com zero dólares em sua conta bancária. Quer um caminho fácil para perder? É esse.”

O desempenho de Biden no primeiro debate eleitoral, na última quinta-feira, foi descrito como “desastroso” e “doloroso” por membros do próprio Partido Democrata, além de levantar preocupações entre doadores da campanha e eleitores sobre sua idade elevada e capacidade de governar o país. O atual presidente dos Estados Unidos tem 81 anos.

A ideia da desistência da candidatura perdura entre analistas e se refletiu nos últimos dias nos editoriais de importantes jornais e revistas internacionais, como o New York Times, o Wall Street Journal, a Time e até o britânico The Economist. Embora possível, a substituição é difícil, sobretudo sem contar com a vontade do próprio Biden de desistir antes da realização da convenção do partido, entre 19 e 22 de agosto.