As discussões entre autoridades brasileiras e venezuelanas evoluem na direção de reabertura da fronteira entre os dois países, que foi fechada na última sexta feira (22). O governador de Roraima, Antonio Denarium, se reuniu nessa quarta feira (27) com o governador do estado de Bolívar, Justo Nogueira Pietri, para discutir o tema. Na reunião, as duas autoridades discutiram tratativas comerciais que possibilitem abastecer as cidades fronteiriças de Pacaraima e Santa Elena de Uairén. Ambos se mostraram preocupados com a situação dos recursos das cidades.

O Brasil precisa da reabertura da fronteira para importar calcário e energia, e a Venezuela precisa de alimentos e medicamentos, produtos que estão escassos desde o fechamento da fronteira. Desde o anúncio do presidente Nicolás Maduro, houve momentos de confronto e violência na região da divisa entre os países, com registro de mortos e feridos. Denarium ressaltou que as duas cidades, Pacaraima e Santa Elena, precisam uma da outra para sobreviver, por isso é necessário que a fronteira seja aberta novamente.

O governador Justo Nogueira reiterou a importância do diálogo com o governo de Roraima “para facilitar a compra de suprimentos através de empresários brasileiros”. A reabertura da fronteira depende da decisão do governo central da Venezuela. Segundo dados do Itamaraty, na Venezuela vivem 11,8 mil brasileiros. Nem todos têm interesse de retornar ao Brasil. Um grupo de cerca de 100 brasileiros foi autorizado a deixar a região de Santa Elena e voltar ao Brasil.

Nesta quinta feira (28) o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, será recebido no Brasil pelo presidente Jair Bolsonaro. A reunião acontecerá no Palácio do Planalto, e apesar de o Brasil reconhecer Juan como presidente da Venezuela, o encontro não será tratado como uma visita de Estado.

Nos últimos dias, o clima de confronto dominou a fronteira da Venezuela com Brasil e Colômbia. Por conta disso, Maduro ordenou que a fronteira com o Brasil fosse fechada. O transporte da ajuda humanitária internacional enfrentou dificuldades e houve registro de mortos e feridos. Segundo relatos, militares venezuelanos atiraram na direção de civis desarmados.

Para Maduro, há uma orquestração internacional orquestrada pelos Estados Unidos e Colômbia, com o objetivo de promover uma intervenção na Venezuela. O presidente e aliados negam a existência de crise humanitária no país.