quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido em Nova York com protestos. Durante a noite, o prédio sede da Organização das Nações Unidas (ONU) foi iluminado com uma megaprojeção com a imagem do presidente brasileiro, e palavras como “vergonha brasileira”, “desgraça” e “mentiroso”, tanto em português quanto em inglês.
O ato foi realizado de maneira anônima. Horas depois, quem assumiu a iniciativa foi a US Network for Democracy in Brazil, com dezenas de entidades, universidades e acadêmicos.
O então presidente discursou nesta terça-feira (20), na abertura da Assembleia Geral da ONU. Em um pronunciamento de 20 minutos, ele abordou temas de campanha, fez um balanço das ações de seu governo, atacou as gestões petistas e defendeu itens da pauta conservadora.
O candidato à reeleição, Bolsonaro aproveitou o momento para citar ações como a criação do Auxílio Brasil, a redução dos impostos que levaram à queda do preço dos combustíveis e a privatização de estatais.
Bolsonaro atacou gestões petistas e disse que o governo atual acabou com a “corrupção sistêmica” que, para ele, existia no país.
"No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 a 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político e em desvios chegou à casa dos US$ 170 bilhões. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade. Delatores deveram US$ 1 bilhão de dólares e pagamos para a Bolsa americana outro bilhão por perdas de acionistas. Este é o Brasil do passado", declarou Bolsonaro.
Assim como em seus discursos para seus apoiadores no Brasil, Bolsonaro repetiu discurso em defesa da pauta conservadora, afirmou serem "valores fundamentais" para a sociedade brasileira "a defesa da família, do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa e o repúdio à ideologia de gênero".
"Outros valores fundamentais para a sociedade brasileira, com reflexo na pauta dos direitos humanos, são a defesa da família, do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa e o repúdio à ideologia de gênero", declarou Bolsonaro.
Durante o discurso, Bolsonaro citou a guerra na Ucrânia, se referindo ao tema como "conflito", e defendeu que haja um "cessar-fogo imediato". Bolsonaro jamais condenou a invasão do país, determinada pelo presidente russo Vladimir Putin.
"Diante do conflito em si, o Brasil tem se pautado pelos princípios do direito internacional e da Carta da ONU. Princípios que estão consagrados também na nossa Constituição. Defendemos um cessar-fogo imediato, a proteção de civis e não-combatentes, a preservação da infraestrutura crítica para assistência à população e a manutenção de todos os canais de diálogo entre as partes em conflito", declarou Bolsonaro.
E ao fazer balanço das ações do seu governo, o presidente afirmou que a economia brasileira voltou a crescer, que a inflação está "em baixa" e que a pobreza no país cai "de forma acentuada".
Porém dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, porém, mostram que 33 milhões de pessoas no Brasil não têm o que comer.
E de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 10 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil. E embora o país tenha registrado deflação de 0,68% em julho, a inflação acumulada nos últimos 12 meses ultrapassa 10%.
Em relação a pandemia de Covid-19, Bolsonaro afirmou que o governo "não poupou esforços para salvar vidas".
Contudo, Bolsonaro não mencionou que, de cada 100 mortes por Covid-19 no mundo, 11 são de brasileiros. E que sua atuação na pandemia foi criticada por especialistas e autoridades em saúde, sendo que o próprio presidente negligenciou a gravidade da doença, que ele mesmo chegou a chamar de “gripezinha”, e desestimulou o cumprimento de medidas sanitárias.
Em pronunciamento, Bolsonaro aproveitou para fazer acenos às mulheres, destacando medidas da sua gestão e a participação da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no governo.
"Quero também destacar aqui a prioridade que temos atribuído à proteção das mulheres. Nosso esforço em sancionar mais de 70 normas legais sobre o tema desde o início de meu governo, em 2019, é prova cabal desse compromisso", disse.
"Combatemos a violência contra as mulheres com todo o rigor. Isso é parte da nossa prioridade mais ampla de garantir segurança pública a todos os brasileiros", completou.
Fontes: UOL e G1
*Matéria produzida voluntariamente por Eduarda Lima e supervisionada pela redação do Jornal Somos
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