quarta-feira, 03 de julho de 2024

Aumento no risco de câncer de útero pode ter relação com produtos para alisar o cabelo

POR Thaynara Morais | 19/10/2022
Aumento no risco de câncer de útero pode ter relação com produtos para alisar o cabelo

FOTO: iStock.com/Getty Images

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De acordo com estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute, produtos usados para alisar o cabelo estão associados a aumento do risco de câncer de útero. As descobertas são relevantes especialmente para mulheres negras, que representam a maioria dos usuários de produtos de alisamento nos Estados Unidos, e para as adeptas do “alisamento brasileiro”.

 

 

De acordo com o estudo, as mulheres que usam esses produtos mais de quatro vezes por ano têm o dobro de probabilidade de desenvolver câncer de útero, principalmente câncer de endométrio. A doença citada não deve ser confundida com câncer de colo do útero.

 

 

 

Cientistas elogiaram o estudo e pediram mais pesquisas para confirmar as descobertas.

 

 

 

Em outros produtos capilares, como tinturas, descolorações, luzes ou permanentes, não foram encontradas associações semelhantes.

 

 

"Estimamos que 1,64% das mulheres que nunca usaram um produto para alisar o cabelo terão desenvolvido câncer de útero aos 70 anos. Mas, para as usuárias frequentes, esse risco aumenta para 4,05%", estima em comunicado Alexandra White, principal autora do estudo. Ela ainda acrescenta que a duplicação da taxa é preocupante.

 

 

 

O câncer uterino representa cerca de 3% dos novos casos de câncer nos Estados Unidos, no entanto é o mais comum do sistema reprodutor feminino. Se detectado a tempo, o prognóstico costuma ser bom, porém, geralmente o tratamento envolve a remoção do útero.

 

 

 

O estudo tem como base dados de 33,5 mil mulheres americanas, acompanhadas por quase 11 anos.

 

 

 

De acordo com a coautora da pesquisa, Che-Jung Chang, como as mulheres negras usam esses produtos com mais frequência e tendem a começas mais jovens, “esses resultados podem ser particularmente interessantes para elas”, afirmou a coautora do estudo.

 

 

 

Cerca de 60% das mulheres que afirmaram ter usado produtos para alisar o cabelo no ano passado se identificaram como negras.

 

 

 

Alisamento Brasileiro

 

De acordo com White, existem substâncias químicas nesses produtos que agem essencialmente como estrogênio no corpo. Essa ação interrompe os processos hormonais normais, e isso pode influenciar o risco de câncer.

 

 

Outra possibilidade levantada pelo estudo é de que alguns produtos tenham substâncias cancerígenas – como o formaldeído – para quebrar ligações entre as proteínas da queratina do cabelo, alterando sua estrutura e alisando-o.

 

 

O “alisamento brasileiro” nome popular dado ao tratamento de queratina, era popular quando as mulheres se inscreveram neste estudo, entre 2003 e 2009. No entanto, o uso desse método diminuiu consideravelmente.

 

 

Não foram coletadas informações sobre produtos e marcas específicas, no entanto os pesquisadores apontam que várias substâncias químicas presentes nesses tipos de produto podem contribuir para o aumento do risco de câncer. Além do formaldeído, conhecido como formol, o estudo também cita o parabenos, bisfenol A e metais.

 

 

De acordo com o estudo, comparados com outras categorias, os produtos para alisar o cabelo podem promover a absorção de substâncias químicas através de lesões ou queimaduras no couro cabeludo, ou através do uso de chapinhas, cujo calor decompõe as substâncias.

 

 

Outros estudos já estabeleceram uma ligação entre alisadores e um maior risco de câncer de mama.

 

 

 

 

 

(Com informações da Folha de São Paulo)

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