quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Pela primeira vez, a AstraZeneca, empresa farmacêutica multinacional, reconheceu a possibilidade de um efeito colateral raro associado à sua vacina contra a Covid-19. A admissão ocorreu em meio a uma ação coletiva na Inglaterra, movida por 51 famílias que reivindicam uma compensação de cerca de R$ 700 milhões devido a casos de trombose desenvolvidos após a vacinação.
O processo judicial ganhou destaque após a publicação de detalhes pelo jornal britânico The Telegraph. As famílias afetadas argumentam que os membros desenvolveram a síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS), uma condição grave caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos que podem obstruir os vasos sanguíneos. A condição é extremamente rara, mas séria.
Em resposta ao litígio, a AstraZeneca expressou em uma carta enviada no ano passado ao advogado de um dos reclamantes que a vacina "pode, em casos muito raros, causar TTS". A empresa, no entanto, destacou que "o mecanismo causal não é conhecido" e que a TTS também pode ocorrer na ausência da vacinação.
No contexto brasileiro, onde a vacina foi administrada a aproximadamente 153 milhões de pessoas, o Ministério da Saúde destacou a raridade dos eventos adversos. Um comunicado emitido em 2023 afirmou que "os eventos adversos, inerentes a qualquer medicamento ou imunizante, são raros e ocorrem, em média, um a cada 100 mil doses aplicadas". O Ministério ainda reforçou que o risco desses eventos é significativamente inferior ao das complicações causadas pela própria infecção da Covid-19.
A admissão pela AstraZeneca não apenas sublinha a complexidade do desenvolvimento e monitoramento de vacinas, mas também destaca a importância da transparência e da segurança na saúde pública. Enquanto a ação legal continua, especialistas em saúde reiteram que os benefícios da vacinação superam amplamente os riscos de efeitos adversos raros.
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