quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Há exatos 75 anos atrás, neste mesmo dia em 1945, o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, era descoberto e liberto pelas tropas soviéticas. O centro do genocídio foi encontrado com 7 mil prisioneiros esqueléticos – alguns, inclusive, doentes terminais –, torturados e exaustos, sendo que destes, 500 eram crianças. Anos após, em 2005, as Nações Unidas instituíram, a data de 27 de janeiro como o Dia internacional em Homenagem às Vítimas do Holocausto.
Estava ali, naquela descoberta, um dos imensos fragmentos do Holocausto. O acontecimento foi tão brutal que fez sua nomenclatura mudar de significado. Antes da Segunda Guerra Mundial, holocausto, com sua origem grega (holókaustos) e latina (holocaustum), era a nomeação do sacrifício religioso de animais pelo fogo. Após a guerra, tornou-se a significar “homicídio metódico de grande número de pessoas, especialmente judeus e outras minorias étnicas, executado pelo regime nazista”.
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Dos seis milhões de judeus mortos no Holocausto, estima-se que em menos de quatro anos, ao menos 1,1 milhão de pessoas foram mortas em Auschwitz, sendo que destas, 1 milhão eram judeus. Em 1944, a média de assassinatos no campo de extermínio polonês era de 6 mil pessoas por dia.
Mais de 200 locais de genocídio em massa foram criados por nazistas, dentro e fora do território alemão, no período das décadas de 1930 e 1940. O principal objetivo era explorar e eliminar judeus, mas também foi utilizado com o mesmo intuito contra ciganos, homossexuais, comunistas, testemunhas de Jeová, pessoas com deficiências físicas e mentais, prisioneiros de guerra soviéticos e poloneses.
Os historiadores de todo o mundo, em sua grande maioria, consideram o Holocausto como o maior crime já cometido contra a humanidade.
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O dever de lembrar e relembrar insistentemente
Para o historiador Antônio José Barbosa, professor aposentado de História Contemporânea da Universidade de Brasília (UnB), em entrevista à Agência Brasil, “o holocausto foi uma das construções mais conhecidas no nazismo, que foi a barbárie elevada à enésima potência no século 20. [O Holocausto] não pode ser esquecido. Tem que ser lembrado e relembrado insistentemente, principalmente para as gerações mais jovens, até para se precaver”.
Ainda para Agência Brasil, a orientadora pedagógica do Memorial do Holocausto em São Paulo, Ilana Iglicky, “o objetivo [da data] é fazer que conheçam a história do holocausto, e que isso não aconteça nunca mais a nenhum povo ou nação. O holocausto não aconteceu do dia para a noite, mas começou com a intolerância – com o não em relação ao outro, com a xenofobia”.
Ademais, o também professor de História da UnB, Wolfgang Döpcke, ao citado portal, afirmou que “dificilmente Auschwitz vai se repetir. Porém, as ideias, posturas intelectuais, mentalidades e as concepções do ser humano atrás destas atrocidades se encontram e se manifestam ainda hoje com crescente tendência”. Para ele, “a memória do holocausto passa a mensagem de resistir e opor qualquer manifestação de intolerância, racismo, antissemitismo, xenofobia, ódio social e discriminação humana”.
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