quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Bendita profissão que encarna a sagrada defesa, protege o fraco diante do forte, assiste o réu desamparado, acolhe o injustiçado e não deixa “o inocente a sós com sua dor e o culpado a sós com sua vergonha”, como dizia Calamandrei.
Essa a advocacia, que encontra no dia 11 de agosto sua data máxima, efeméride que decorre da criação nesse mesmodia em 1827, por Carta de Lei do Imperador Dom Pedro I, dos dois primeiros cursos de “sciencias jurídicas e sociaes” do Brasil, nas cidades de Olinda e São Paulo.
Profissão de coragem, que enfrenta o poder estatal tendo por arma tão somente a palavra, inflamada, forte e vibrante, mas apenas a palavra - e jamais a força.
Essa a advocacia, que pelo verbo intimorato viu o advogado Joaquim Nabuco lutar contra a injustiça da escravidão eSobral Pinto contra a brutalidade de duas ditaduras -exemplos do gênio da advocacia brasileira – e pela mesma palavra indômita viu o advogado Gandhi derrubar o imperialismo britânicoe Mandela o regime do apartheid sul-africano – exemplos do gênio da advocacia mundial.
Profissão dos homens de Estado, das letras e da cultura, a advocacia“se fez a mãe das artes, a mãe dos parlamentos, a mãe das atuais democracias, a mãe das maiores reivindicações liberais”, nas palavras de Rui Barbosa.
Essa a advocacia, que deu ao Brasil 21 presidentes da república, um Rio Branco, gênio da diplomacia,além do polímata Rui Barbosa, para citar os nacionais, e ao mundo Madison, Thomas Jefferson e Hamilton, para destacar os “pais fundadores” da democracia e criadores da constituição dos Estados Unidos – modelos para o moderno Ocidente.
Profissão única e incomparável, que em sua atividade privada exerce munus publico, pois faz funcionar a Justiça, Poder sem o qual não há sociedade que se diga civilizada.
Essa a advocacia, que nos órgãos públicos, fóruns e tribunais faz diariamente ecoar a voz da cidadania e de seus direitos, sendo por isso profissão indispensável à administração da justiça, como proclama o artigo 133 da Constituição da República.
Celebramos, nesse 11 de agosto, mais um Dia do Advogado, relembrando a gloriosa história de nossa profissão e a memória dosgênios que para glória do Brasil e do mundo ela produziu. História e memória perante as quais somos crianças, mas crianças herdeiras – e com o dever, pois, de aprender, respeitar, preservar e por nossa vez legar às gerações vindouras. Viva a advocacia!
Escrito por Lúcio Flávio Siqueira de Paiva – Presidente da OAB Goiás - Advogado e professor. Mestre em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento, Especialista em Direito Empresarial e em Direito Processual Civil. Atua em Goiás, Distrito Federal e São Paulo no Direito Contencioso Cível e já foi professor da Esa.
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