quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Goiás

Superintendente do Iphan de Goiás pode ser exonerado

POR Jornal Somos | 27/09/2019
Superintendente do Iphan de Goiás pode ser exonerado

Redação Jornal Somos

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O Ministério Público Federal (MPF), em recomendação enviada ao ministro da Cidadania, Osmar Terra, pediu que portaria de nomeação de Allysson Cabral se torne sem efeito para o cargo de superintendente regional do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan) de Goiás.  O documento foi assinado por procuradores da República em Goiás e por membros da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico do MPF (4CCR). Os procuradores alegaram em texto que Allysson não tem perfil e formação adequados para o cargo, e que a nomeação não atende ao interesse público e à legislação, configurando desvio de finalidade.

 

Allyson Cabral foi nomeado para o cargo de superintendente regional do Iphan Goiás por portaria assinada pelo ministro Osmar Terra e publicada no Diário Oficial de 18 de setembro. Responsável pela preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial do país, o Iphan está vinculado ao Ministério da Cidadania. Na recomendação, os procuradores citam declaração do deputado federal Professor Alcides (PP-GO). Em entrevista, ele informou que houve um sorteio entre os deputados federais goianos da base aliada do governo para definir quem indicaria o superintendente. Pelo sorteio, a indicação coube ao próprio deputado.  O Professor afirmou na entrevista que Allyson não tem formação nem experiência para o cargo, mas é de sua confiança, o que seria suficiente para motivar a nomeação.

 

De acordo com o MPF, práticas como sorteio e indicação de pessoas sem formação ou experiência para cargos da administração pública contrariam os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência estabelecidos pelo artigo 37 da Constituição. A recomendação lembra que cargos de confiança são de livre nomeação e exoneração, mas a indicação deve atender ao interesse público e às regras previstas na Constituição. Quando isso não acontece, fica configurado o desvio de finalidade.

 

De acordo com o artigo, o ocupante de DAS deve apresentar aptidão moral e reputação ilibada, além de perfil profissional ou formação acadêmica compatível com o cargo ou a função para a qual foi indicado. “Não há registro de formação, experiência ou atividade profissional desenvolvida pelo nomeado na área de preservação e promoção do patrimônio histórico e cultural, em desconformidade com os critérios gerais para ocupação de DAS”, diz o texto.

 

Os procuradores afirmam que o trabalho desenvolvido pelo Iphan exige conhecimento técnico. Entre as atribuições do superintendente, estão a fiscalização de bens culturais acautelados, coordenação técnica de escritórios e parques históricos, determinação de embargo de ações que contrariem a legislação em vigor, execução de ações de conservação e salvaguarda de bens protegidos, avaliação de impacto em processos de licenciamento, entre outras.

 

O ministro terá dez dias para responder se aceita ou não a recomendação do MPF e apresentar justificativas, em caso de negativa. A omissão ou não atendimento podem resultar em medidas judiciais.

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