O Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu, da Polícia Federal, um pedido de prisão contra o padre Robson de Oliveira, que era suspeito lavagem de dinheiro de doações, realizado com o desvio de verbas da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Trindade. A investigação que apurava a denúncia estava suspensa, por decisão judicial.

O protocolo com o requerimento da PF foi realizado na última quarta-feira (17). A informação foi divulgada inicialmente pelo portal IstoÉ ontem, na quinta-feira (18), por meio da Coluna do Mazzini. O ministro-relator pelo caso é o Benedito Gonçalves e a defesa do padre já apresentou contra-representação questionando a demanda.

O religioso começou a ser alvo de investigações quando ainda ocupava o cargo de reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno. Segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a suspeita era de que, com a criação de associações, Padre Robson teria desviado mais de R$ 100 milhões de doações de fiéis para realizar compras de fazendas, casa na praia e um avião.

Áudios de Robson de Oliveira com dois advogados foram encontrados, pelo MP-GO, durante a investigação. No conteúdo, conversas sobre um suposto pagamento de propina de R$ 1,5 milhão para desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) realizarem uma decisão favorável em um processo que envolvia uma fazenda adquirida pela Afipe.

Apesar dos apontamentos da investigação, no mês de outubro de 2020, o Tribunal de Justiça estabeleceu que o processo investigativo fosse interrompido porque não estavam presentes os crimes levantados pelos promotores. O caso, então, foi para o STJ após a apresentação de recursos, mas em maio deste ano a investigação teve seu bloqueio mantido, uma vez que o desembargador entendeu que as provas utilizadas pelo MP-GO foram compartilhadas de forma ilegal.

(Com informações do IstoÉ, G1 e Jornal Opção)