A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), em conjunto com a Receita Estadual da Secretaria da Economia, deflagrou nesta terça-feira (26) a Operação Straw Man. A ação contou ainda com apoio da Polícia Rodoviária Federal para a prisão de um dos investigados.

Foram cumpridos três mandados de prisão, seis de busca e apreensão, além do bloqueio de bens avaliados em R$ 17 milhões. As investigações apontam para um sofisticado esquema de abertura de empresas de fachada em nome de “laranjas”, sustentado por documentos falsificados, com a finalidade de desviar recursos e sonegar o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Os mandados foram cumpridos em um atacadista de materiais de construção, residências e em um escritório de contabilidade localizados em Goiânia e Uruana. Entre os bens bloqueados estão imóveis de luxo, veículos de alto padrão e até lanchas.

Um dos investigados, identificado como trabalhador rural e vaqueiro, figurava como sócio de empresas responsáveis por um rombo de R$ 17 milhões aos cofres públicos — valor que pode aumentar com novas auditorias. Além disso, ele possui atualmente oito empresas registradas em seu nome.

As apurações revelaram que o atacadista, registrado como empresa de pequeno porte no Simples Nacional, usava as empresas de fachada para emitir notas fiscais frias e omitir faturamentos de centenas de milhões de reais.

Os investigados podem responder por associação criminosa, falsidade ideológica, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

Segundo a Polícia Civil e a Secretaria da Economia, a ação é parte de um esforço integrado para desmantelar organizações criminosas que utilizam “noteiras” — empresas fictícias criadas para sustentar fraudes tributárias que desviam milhões dos cofres públicos e prejudicam a concorrência leal no mercado.

Novas ações já estão em andamento e devem aprofundar o combate a esse tipo de crime econômico em Goiás.