quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O quartel do 8º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Goiânia foi alvo de denúncia de assédio moral e sexual. Segundo relatado pela vítima, um soldado, entre as várias situações constrangedoras em que foi submetido pelo seu superior, um cabo, uma delas foi ser mordido pelo militar, nas nádegas, sob a justificativa do ato ser um “ritual de batizado” ao entrar na corporação. Devido ao sigilo do processo, os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
De acordo com a corporação, o suposto autor foi afastado de suas funções e um Inquérito Policial Militar e um Procedimento Administrativo Disciplinar foram abertos. Além disso, foi oferecido apoio psiquiátrico e psicológico à vítima, que efetuou a denúncia na última quinta-feira (10).
Os assédios teriam se iniciado em setembro de 2019, quando a vítima entrou no 8º Batalhão. “Ao chegar para o meu primeiro dia de serviço, o mesmo já veio para cima de mim com o que supostamente denominou de ‘batismo de chegada’, me segurando, tirando minha calça e mordendo a minha nádega”, disse o soldado, que afirmou que a partir deste episódio, ocorreram outras diversas ofensas verbais e intimidações, sendo, inclusive, ameaçado de estupro.
“Diversas tentativas de tocar meus órgãos genitais, me segurando e me oprimindo para isso, proferindo, como exemplo, tapas em regiões como as nádegas e puxões de cabelo. (...) Tive que utilizar a teaser contra o militar por duas ou três vezes, mas nada adiantou. Mesmo com a teaser, ele não tinha limites para fazer suas sacanagens”, relatou o soldado.
A vítima conta, na denúncia enviada ao Corpo de Bombeiros, que os abusos duraram até o mês de março deste ano, quando ocorreram mudanças nos turnos de trabalho devido à pandemia de Covid-19, o que fez com que vítima e acusado deixassem de estar no quartel durante o mesmo período. Entretanto, com uma nova modificação nas escalas da corporação, ambos voltaram a conviver no mesmo turno no último dia 7 de dezembro.
“Todo o assédio retornou com ainda mais força, com a difamação da minha imagem pessoa. (...) Então, eu decidi que não aceitaria mais isso e que denunciaria para que isso não se repetisse comigo nem com meus outros colegas que já foram constrangidos pelo mesmo, mas nunca fizeram nada”, assegurou a vítima.
Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros informou que o comportamento denunciado é “grave e completamente contrário aos princípios éticos da corporação” e que tais atos são “repudiados com veemência”. Neste caso, como o suspeito do crime é um bombeiro militar, a investigação é conduzida pelos militares da corporação em que o acusado pertence, e não pela Polícia Civil, como ocorre com cidadãos comuns.
(Com informações do G1 Goiás)
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.