quinta-feira, 28 de março de 2024

SES divulga que variante brasileira mais contagiosa é encontrada em 17 cidades goianas

POR | 19/03/2021
SES divulga que variante brasileira mais contagiosa é encontrada em 17 cidades goianas

Divulgação/Fapeg

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A Secretaria Estadual de Saúde informou, nesta quinta-feira (18), que encontrou em 17 cidades goianas a variante P1, linhagem brasileira mais contagiosa do coronavírus e que foi identificada inicialmente em Manaus (veja lista dos municípios abaixo). O anúncio foi feito um dia após a Prefeitura de Goiânia afirmar que essa cepa é predominante entre os casos positivos da capital. Através de analises feitas pela UFG identificou-se a linhagem B.1.1.7, do Reino Unido, em três cidades: Anápolis, Goiânia e Luziânia. A linhagem P1 foi encontrada em Goiânia, Abadia de Goiás, Anápolis, Águas Lindas, Araguapaz, Bom Jardim de Goiás, Catalão, Damolândia, Davinópolis, Faina, Jussara, Monte Alegre de Goiás, Montes Claros de Goiás, Mundo Novo, Santa Fé de Goiás, São Luís de Montes Belos e Turvânia.

 

 

PESQUISA

 

Os trabalhos de sequenciamento do genoma viral estão sendo coordenados pela pesquisadora, bióloga, Dra. Mariana Pires de Campos Telles, da Pontifícia Universidade Católica (PUC Goiás) e da Universidade Federal de Goiás (UFG) e sua equipe de pesquisadores da UFG, PUC Goiás e IFG. Segundo ela, as atividades de sequenciamento serão intensificadas nos demais municípios do Estado de Goiás. A partir da próxima semana serão processadas mais 60 amostras e outras 60 dentro de 30 dias.

 

 

Mariana Telles ressalta que o sequenciamento de genomas é uma ferramenta importante no monitoramento da evolução do genoma do vírus e da sua dispersão em uma epidemia.

 

“Essas informações são importantes para possibilitar traçar a velocidade com que o vírus tem acumulado mutações ao longo do tempo e se modificado, a velocidade com que tem se espalhado, além de outras informações relevantes para as tomadas de decisão do poder público”, explica.

 

 

Esse trabalho de vigilância genética viral é importante para o entendimento da quantidade de variantes circulando no Estado de Goiás, bem como entender a forma com que a doença está se espalhando.

 

 

Segundo a pesquisadora, as variantes consideradas emergentes trazem um conjunto de mutações que conferem uma vantagem adaptativa maior ao vírus, que consegue se disseminar melhor e mais rápido. As mutações caracterizam as novas cepas como mais preocupantes por serem mais transmissíveis e com potencial patogênico maior.

 

“A única forma de evitar o surgimento de novas variantes é controlar o contágio. Enquanto não temos vacinas disponíveis para todos, é imprescindível seguir as medidas restritivas: manter o isolamento/distanciamento social, o uso de máscaras e higienização das mãos,” ressalta a pesquisadora. Quanto mais o vírus circula aumenta a probabilidade de surgirem novas variantes.

 

 

Mudanças nos genomas dos vírus são comuns e previsíveis. Conforme ele se espalha e infecta novas pessoas, o vírus vai acumulando novas mutações, pois as cepas percorrem caminhos e ambientes diferentes. Pressões como o sistema imunológico e fatores ambientais contribuem para selecionar quais as mutações vão permanecer, repassando informações genéticas, durante as infecções. Estas mudanças são chamadas de variantes, geradas durante o processo de replicação viral.

 

 

A pesquisa conta com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). O projeto é um dos selecionados em um chamamento feito pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) com o objetivo de identificar projetos de pesquisa e inovação em todas as áreas do conhecimento produzidas no Estado que pudessem contribuir para reduzir os impactos da pandemia de Covid-19. Esta iniciativa buscou direcionar os esforços e os recursos para a viabilização de ações estratégicas. Além disso, conta com o apoio financeiro, de recursos humanos e logístico do INCT EECBio (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade).

 

 

 

Fonte: Ascom da Fapeg – Texto: Helenice Ferreira. Fotos: Mariana Telles

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