quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Alan Cássio
A perícia realizada pela Polícia Científica de Goiás mostrou que as armas utilizadas por criminosos, mortos em confronto com militares do Comando de Operações de Divisa (COD), são as mesmas usadas em quatro assassinatos que aconteceram em Minas Gerais. As armas também foram usadas em três tentativas de homicídios, segundo apurado pela polícia.
O confronto deixou dois policiais feridos e aconteceu no dia 22 de setembro deste ano, em Corumbaíba, na região sul de Goiás. Um vídeo mostra os PMs feridos. Já os crimes em Minas Gerais aconteceram nos dias 14 de agosto, 5 e 20 de setembro, todos esse ano.
Segundo a polícia científica, apesar de ter sido identificado que as armas eram as mesmas utilizadas no crime, só a Polícia Civil de Minas Gerais, que investiga os crimes, poderá dizer se os suspeitos mortos são os autores dos crimes. Os casos ainda são investigados, segundo a Polícia Científica de Goiás.
Identificação das armas
A Polícia Cientifica explicou que o trabalho de identificação das armas foi realizado com auxílio do Banco de Perfis Balísticos da instituição, que funciona desde abril de 2022. O perito criminal e administrador do banco, Rodrigo Longe, explicou ao G1 que as três armas foram encontradas no local do confronto e encaminhadas para o laboratório.
“[No laboratório] os peritos coletaram padrões das armas e fizeram a inserção desse material no banco […], que é confrontado a nível nacional. Nesse momento, a Polícia Científica de Minas Gerais fez a inserção dos materiais dos crimes ocorridos em Paracatu, ligando os suspeitos a uma série de crimes”, explicou.
Crimes em Minas Gerais
Os crimes ocorridos em Minas Gerais aconteceram em agosto e setembro deste ano. No dia 14 de agosto, um pai e um filho foram mortos com a utilização de duas das três armas. Na ocasião, foi realizada uma tentativa de homicídio contra uma pessoa que acompanhava essas vítimas.
Já no dia 5 de setembro, houve uma tentativa de homicídio contra uma pessoa, onde foram usadas as três armas identificadas pela Polícia Técnico-Científica. Segundo a instituição, mais de 60 disparos foram realizados.
No dia 20 de setembro, as vítimas foram três irmãos. No crime, dois deles morreram e uma mulher ficou ferida, mas sobreviveu. As três armas identificadas foram usadas no caso.
Confronto
De acordo com COD, os três suspeitos mortos são integrantes de uma facção criminosa de Catalão. Eles estariam fugindo de MG para Goiás após cometer uma série de homicídios. Ao cruzar a ponte da divisa, os homens se depararam com a equipe do COD.
Neste momento, ocorreu a troca de tiros em que os três suspeitos foram atingidos e morreram no local. A PM afirma que eles estavam fortemente armados com pistolas semiautomáticas e carregadores. "Eles efetuaram muitos disparos contra os policiais".
Nos vídeos é possível ver um militar com o rosto ensanguentado e outro sentado no acostamento da estrada com o braço ferido. Também mostra a viatura do COD e o carro dos suspeitos cheio de marcas de tiros. A filmagem ainda mostra os três homens mortos e, por último, o resgate dos policiais.
Na ocasião, foram atingidos dois policiais, um que dirigia a viatura e um tenente que teve ferimentos na cabeça e no braço. O segundo contou ao G1 que ficou internado por mais de 20 dias e chegou a ficar em coma por três dias.
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