sexta-feira, 23 de maio de 2025
O setor da construção civil em Goiás enfrenta um paradoxo: mesmo com crescimento no valor das obras, os salários dos trabalhadores vêm caindo significativamente. Segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) do IBGE, o salário médio mensal em 2023 correspondeu a 2,14 salários mínimos, representando uma queda de 24,9% em relação a 2014, quando o valor era de 2,85 salários mínimos – o maior da série histórica iniciada em 2007.
Apesar da redução salarial, o setor apresentou crescimento de 12,3% no valor das incorporações, obras e serviços de construção em 2023. Na comparação com 2022, o valor médio pago aos trabalhadores permaneceu estável, mas ainda abaixo da média nacional, que foi de R$ 2.946,26. Em Goiás, o valor médio foi de R$ 2.810,80, inferior ao cenário nacional e sem correção inflacionária, o que contribui para a perda do poder de compra.
Em 2023, Goiás registrou 70,4 mil trabalhadores na construção civil, crescimento tímido de apenas 0,06% em relação ao ano anterior. Ainda assim, foi o maior número desde 2014, quando havia 79.698 empregados no setor. O aumento em Goiás ficou bem abaixo da média nacional, que teve alta de 3,18%, passando de 2,1 milhões para 2,2 milhões de trabalhadores.
Outro dado relevante mostra que Goiás teve 2,5 mil empresas atuando na construção civil em 2023, com variação positiva de 0,2% frente ao ano anterior. Esse resultado contrasta com a média nacional, que viu uma queda de 2,3% no número de empresas do setor – de 64,9 mil para 63,4 mil.
Mesmo com mais empresas e maior movimentação financeira, o trabalhador goiano ainda sente no bolso os efeitos de uma década de perda salarial.
Com informações de Jornal Opção.
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