quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Na tarde de ontem, sexta feira (15/02), mais de 300 produtores de leite do estado de Goiás se fizeram presentes durante reunião da Comissão de Pecuária de Leite. Esteve presente em apoio a categoria o deputado federal e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner (DEM-GO).
Foram debatidos junto à Comissão os assuntos mais urgentes que tem trazido prejuízos para categoria, entre eles: falta de estrutura, destacando problemas no fornecimento de energia elétrica, além de previsibilidade e clareza na negociação do leite por parte da indústria.
Na ocasião, Schreiner também destacou a questão da previsibilidade e clareza na negociação do leite por parte da indústria.
“Outros países tratam a produção de leite como uma questão de segurança nacional, em função do que ele representa como alimento básico, fonte de cálcio e geração de empregos e renda. O leite tem que ser visto de forma diferente. Já que, no Brasil, envolve mais de 1 milhão e 170 mil propriedades rurais dedicadas à pecuária leiteira. A produção não deve ser vista apenas pelo governo, mas pelas indústrias e varejos de forma harmônica e respeitosa”, afirma.
Sobre a questão do preço, Schreiner defendeu clareza na negociação. “Atualmente o produtor não vende o leite, ele entrega o leite. Ele entrega o leite em um mês, e só irá saber do preço do produto que produziu e entregou no 25º dia do mês subsequente. Os produtores querem uma sinalização de previsibilidade de preço para que eles possam planejar melhor o andamento da atividade. O segundo ponto que os produtores estão colocando e com muita justiça é a questão da antecipação dos pagamentos do leito do dia 25 para o dia 5”, destaca.
Danilo Rezende produz leite em Silvânia e investe pesado para ter um produto de qualidade. Ele não concorda com o termo “entregar leite”, usado no meio, para caracterizar o que seria a venda do produto para a indústria. São raros os casos que há um contrato entre pecuarista e laticínio. “Nós não podemos simplesmente entregar nossa produção. Nós temos que vender. Com garantias! Além disso, temos que saber o preço que vamos receber pelo nosso leite. Nossa produção é o resultado de muito trabalho, de segunda a segunda”. Destaca Danilo
Entendo o caso
No último dia 25 de janeiro, centenas de pecuaristas se reuniram na sede Faeg, e criaram a “Carta dos produtores de leite de Goiás”. Nela foi pedido uma previsão do preço do leite, que será pago no mês seguinte, até o 25º dia do mês atual. Além disso, que o pagamento seja feito até o 5º dia útil de cada mês. Atualmente é preciso esperar 55 dias para receber. Esse documento foi repassado ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Goiás - Sindileite.
Na sexta feira anteior (08/02), representantes do sindicato tiveram em uma nova reunião com produtores e representantes da Faeg e de outras entidades rurais. Não foi definido se os pedidos dos produtores de leite serão atendidos e o Sindileite sugeriu a criação do Conseleite: uma associação regida por estatuto e regulamentos próprios, que reúne representantes de produtores de leite e dos laticínios.
“Foi uma reunião que avançou o diálogo. Mas nós precisamos de soluções imediatas. Estamos tentando uma parceria com a indústria, porque um depende do outro nesse mercado. Mas nós produtores temos que ficar cada vez mais unidos. Para ficar claro que não dá mais para trabalhar sem saber quanto vamos receber pelo leite que “vendemos”. Contou, José Renato Chiari, presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Faeg.
Manifesto contra a Enel
Ao final da reunião de ontem, foi definido no dia 22 de fevereiro, às 13 horas, uma grande manifestação em frente à sede da Enel para cobrar qualidade no fornecimento de energia elétrica em Goiás. Na ocasião, serão feitas doações de leite para as entidades carentes e para a população.
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