quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas no Estado de Goiás (Sindiaçougue), após o aumento da carne bovina no Brasil, a queda de vendas chegou a 70%. Apesar disso, o presidente da entidade, Silvio Carlos Yassunaga Brito, destaca que houve um estabilização nos valores na última semana.
O presidente da entidade pontua que o aumento vem sendo colocado em prática desde o mês passado. O motivo dos altos valores é o aumento de exportação do produto para a China. Os chineses chegaram a oferecer 15% a mais pela carne e as exportações chegaram a subir mais de 110%, entre os meses de setembro e outubro. Nesse mesmo período, Rússia (694%) e Emirados Árabes (175%) também compraram mais. As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
O Brasil é o principal exportador de carne do mundo e é o segundo maior produtor. Um fator que também contribuiu para a atual situação foi o disparo do preço da arroba do boi. Fatores, principalmente climáticos, também interferiram nesse valor. O reflexo é sentido no valor pago pelo chamado boi casado (a metade do animal) pelos açougues do estado. O presidente cita como exemplo: antes do aumento, o preço do boi casado era de R$ 10,20. Agora subiu para R$ 15,20. Carnes como contrafilé e alcatra eram vendidas por R$ 26,90 e agora são encontradas por R$ 34,90. Acém, que ficava entre R$ 16 e R$ 17, agora custa R$ 24.
Silvio explica que, diante da situação, é normal as pessoas procurem outros alimentos para a substituir a carne vermelha, como frango, peixe, carne suína e ovo. E a mudança é sentida nos supermercados, como aponta o presidente da Associação Goiana de Supermercados (Agos), Gilberto Soares. “Aquele consumidor que tem o costume de colocar carne na mesa, acaba comprando uma quantidade menor ou outra carne vermelha que esteja mais em conta. Caso o contrário, migra para outros tipo carnes”, pontua.
Gilberto afirma também que os estabelecimentos já sofriam com os baixos lucros na venda de carne vermelha. Agora, apostam em promoções como atrativos. Ele explica que a atual situação não afeta os preços de produtos das festas de final de ano. “No meu estabelecimento, as vendas de carne vermelha caíram 6%. As vendas de peixes aumentaram mais de 40%. Já frango, suíno e ovos aumentaram mais de 6%. Além disso, fazemos promoções de outros tipos de carne como linguiça, peito e asa”, pontua.
O presidente da Agos pontua que aspectos climáticos interferiram nas altas dos valores. Mas trata com otimismo a situação e a descreve como passageira. “A gente acredita que daqui uns dias, os preços se normalize e que a carne vermelha possa a voltar a fazer parte da mesa dos brasileiros com a mesma intensidade que estava fazendo”, ressalta.
No entanto a ministrada Agricultura, Tereza Cristina, pontuou que os preços não têm previsão de queda.
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