quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Todos os dias aparecem novos golpes no Brasil, principalmente, os relacionados ao mercado financeiro. Dentre eles, os problemas relacionados com transações de empréstimos consignados têm ganhado espaço. Somente nos primeiros oito meses de 2021, o Procon Goiás registrou 197 reclamações relacionadas a empréstimos consignados em geral, o que representa um aumento de 35% se comparado ao mesmo período do ano passado.
A crise econômica, agravada pela pandemia da Covid-19, foi um dos principais fatores que fizeram as pessoas recorrerem a empréstimos. Vendendo facilidades, os golpistas têm como público-alvo os idosos, beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e servidores públicos, ativos ou aposentados. Isso se deve ao fato de que eles possuem a facilidade da contratação de empréstimos consignados em folha de pagamento.
As formas de ludibriar os consumidores são variadas, mas a prática da falsa portabilidade tem chamado a atenção das autoridades. Nela o falsário oferece à vítima a portabilidade de dívidas anteriores com a redução da taxa de juros das parcelas. Muitas vezes, como forma de atrair os consumidores, é ofertado lucro imediato de 10% sobre o valor depositado na conta dos servidores.
Até o momento, o Procon Goiás já registrou duas denúncias relacionadas a este golpe, mas também há registros no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e São Paulo.
O que torna esse golpe mais perigoso do que os demais é o fato de uma possível participação de um representante do banco que, em um suposto envolvimento com a organização criminosa, se encarrega de repassar informações sigilosas dos clientes que possuem empréstimos consignados e a margem disponível para realizar novas contratações. Tudo isso acaba por trazer credibilidade aos falsários.
O dinheiro negociado para que seja efetuada a quitação da primeira dívida é depositado na conta da vítima, mas ela logo é procurada para que seja realizada uma transferência do valor para uma conta bancária vinculada ao CNPJ da empresa criminosa.
A desculpa dada pelos golpistas é que este “estorno” é necessário para a conclusão da portabilidade da dívida. Pronto, a pessoa não só se tornou vítima de um golpe, mas agora possui dois empréstimos (o original e o recém-contratado) para quitar.
“Para não se tornar vítima deste tipo de ação é importante que o consumidor pesquise a idoneidade da empresa com a qual firmará o contrato, analise bem as cláusulas contratuais e duvide sempre das ofertas que destoem das propostas ofertadas pelo mercado”, alerta Alex Augusto Vaz, superintendente do Procon Goiás.
Primeiramente, a vítima deverá entrar em contato com a Polícia Civil e registrar um boletim de ocorrência. Posteriormente, ela poderá acionar a financeira envolvida na transação, via administrativa e judicial, por intermédio, respectivamente, do Procon Goiás e de um advogado de sua confiança, para que ela explique qual a sua relação com a empresa falsária.
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