sábado, 18 de janeiro de 2025
Imagem: Polícia Civil de Goiás
A Polícia Civil de Goiás, por meio do 4º Distrito Policial de Goiânia, deflagrou, nesta quarta-feira (18), a operação Face Oculta, visando cumprir quatro mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão em Goiânia e Anápolis.
Os mandados foram emitidos como resultado da investigação relacionada à atuação de uma clínica onde eram realizados procedimentos e cirurgias estéticas de forma clandestina, ao menos desde 2017, vitimando dezenas de pessoas que sofreram sequelas gravíssimas.
Segundo a Polícia Civil, foram alvos os proprietários e os responsáveis técnicos da clínica Karine Gouveia, sendo eles: Karine Giselle Gouveia Silva (34 anos) e seu marido, Paulo Cesar Dias Gonçalves (44 anos); e os responsáveis técnicos Daniel Ferreira Lima (odontólogo) e Jessica Moreira dos Santos (biomédica), profissionais que realizaram diversos procedimentos em áreas que extrapolavam suas atribuições regulamentares, ocasionando lesões corporais permanentes nos pacientes.
Segundo os investigadores o registro da clínica perante a Receita Federal e a Vigilância Sanitária indica atividade econômica como pertencente a uma subclasse dos serviços de “cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza, destinada à massagem e estética, totalmente incompatível com os procedimentos cirúrgicos e invasivos ali realizados”.
Também foi apurado que o estabelecimento funcionava com profissionais da área da saúde que realizavam cirurgias e procedimentos invasivos sem a devida qualificação técnica, descumprindo as normas editadas pelos respectivos conselhos profissionais.
Os policiais ainda explicaram como os suspeitos agiam para atrair as vítimas, disfarçando “a ilegalidade das práticas realizadas a fim de evitar questionamentos sobre a realização de procedimentos exclusivos de médicos, como rinoplastias, alectomias e otoplastias, o grupo criminoso anunciava tais intervenções sob nomes diferentes, como reestruturação nasal HD e retração de orelha”.
Até o momento, a PCGO conta com relatos de 24 vítimas que evidenciam complicações gravíssimas, sobretudo em intervenções no nariz.
Os crimes investigados incluem organização criminosa, exercício ilegal da medicina e arte dentária, lesão corporal gravíssima, adulteração de produtos terapêuticos, estelionato, propaganda enganosa e realização de serviços de alto grau de periculosidade sem autorização.
Diante da gravidade dos fatos, foi apresentada representação ao Poder Judiciário visando ao encerramento das atividades da clínica e ao bloqueio de valores nas contas dos investigados, estimando-se um mínimo de R$ 100 mil por vítima, a título de reparação.
A divulgação da identificação dos presos foi procedida nos termos da Lei 13.869/2019, portaria n° 547/2021 – PC, e Despacho da Autoridade Policial responsável pelas investigações, justificadas na possibilidade real de identificação de novas vítimas.
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