quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Na manhã de hoje (12), o GECCOR (Grupo Especial de Combate à Corrupção) da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), deflagrou a Operação Matástase, que tinha como objetivo cumprir 20 mandados de busca e apreensão por fraudes e desvios de dinheiro de instituições públicas.
A operação apura a suspeita de desvio de R$ 50 milhões do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo), planos de saúde dos servidores estaduais. De acordo com a investigação, as irregularidades ocorreram no âmbito do contrato de prestação de serviço do Ipasgo com o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh).
Foi constatado também a morte de um paciente em virtude da "aplicação de tratamento quimioterápico inadequado com objetivo de angariar vantagem indevida".
Peritos criminais da Polícia Técnico-Científica e 160 policiais civis, como delegados, agentes e escrivães participam da operação. Os mandados estão sendo cumpridos no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Ingoh, Ipasgo e outros pontos da capital, como residências.
Como as fraudes e desvios de dinheiro eram cometidos
Segundo as investigações, os indícios apontam o superfaturamento de contas do Ingoh por meios como:
O Ipasgo informou em nota que apoia a operação e que o esquema “ocorria em gestões passadas”. Relatou ainda que a atual direção que a atual direção encontrou indícios de fraudes e passou os dados para a Controladoria Geral do Estado (CGE).
Já o Ingoh disse ter recebido informações sobre a operação com “total tranquilidade” e que colabora com as investigações. Leia as notas do Ipasgo e Ingoh na íntegra.
Nota do Ipasgo
O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) apoia o andamento da Operação Metástase, da Polícia Civil do Estado de Goiás, que investiga um esquema criminoso que ocorria no órgão nas gestões passadas. Os primeiros indícios de fraudes e desvios apareceram em auditoria promovida pela atual gestão do Ipasgo, cujos dados foram reportados à Controladoria Geral do Estado.
O Ipasgo informa que espera que todos os fatos relativos a tais denúncias sejam adequadamente apurados. A nova gestão do instituto esclarece que, desde o início do ano, atuou para fortalecer as medidas de transparência e o combate à corrupção.
O instituto tem apoiado de forma incondicional o andamento das operações da Polícia Civil e todas as informações solicitadas pelos órgãos de controle, como Controladoria Geral do Estado e Ministério Público, e pela Secretaria de Segurança Pública, estão sendo fornecidas.
Ao longo deste ano, a nova gestão do Ipasgo informa que tem trabalhado para avançar nas ações de controle e para regularizar a situação financeira do instituto. Neste período, foram pagas as dívidas deixadas pelos governos anteriores com a rede credenciada, que chegavam a quase R$ 500 milhões. Após esta etapa, os pagamentos para empresas e profissionais credenciados ao Ipasgo foram regularizados e as datas de quitações foram unificadas pela primeira vez na história do plano.
A rede credenciada foi ampliada e novos serviços de saúde passaram a ser oferecidos em várias regiões do Estado, como Entorno do Distrito Federal, região metropolitana e oeste goiano. Em Aparecida, a nova gestão inaugurou a primeira unidade do projeto Ipasgo Clínicas, que agora oferece pronto atendimento 24 horas para crianças e programa saúde da mulher.
Nota do Ingoh
O Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia manifesta sua total tranquilidade com a operação policial de buscas promovida pela investigação nominada como Operação Metástase, especialmente porque vem colaborando permanentemente com as investigações, tendo se posicionado junto ao GAECO/MP-GO, em documento formal, pela abertura de todos os documentos, sistemas e fontes de dados e informações do instituto e seus diretores para quaisquer busca de informações de interesse da investigação policial.
É de total interesse do Ingoh a restauração da verdade, confiante nos métodos e na ética da empresa que construiu credibilidade e respeitabilidade em 50 anos de atuação no mercado goiano, nunca tendo se envolvido com atividades irregulares.
O Ingoh está certo que logo, através das investigações da Polícia, Ministério Público e da atuação do Judiciário, ficará comprovado que o Instituto não tem qualquer envolvimento com os supostos atos de ilegalidades praticados junto ao Ipasgo.
À imprensa informamos a nossa postura de transparência e pleno compromisso com a verdade, solicitando compreensão pela necessidade circunstancial de nomear como porta-voz do Ingoh o advogado Iure de Castro que apresentará novos posicionamentos e esclarecimentos necessários.
O Ingoh esclarece a acusação de que o óbito de um paciente, AFA, atendido em um única ocasião, em dezembro de 2017, é leviana e extremamente inoportuna.
Após dois protocolos de tratamento contra sua enfermidade, feitos em uma clínica concorrente, o paciente, portador de um câncer avançado, sem resposta a dois tratamentos anteriores, manifestava a intenção de mudança de local e de forma de seu último tratamento, que lhe causava reações colaterais graves, até mesmo piores que os de sua doença.
Então, foi-lhe proposto e prescrito, após consentimento, uma medicação patenteada, produzida por um laboratório de referência multinacional para tratamento de cunho paliativo.
Todos os documentos comprobatórios serão apresentados no decorrer das investigações. O Ingoh ainda esclarece que possui a mais alta padronização de tratamentos contra o câncer no estado de Goiás, o que também será atestado nos autos.
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