quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Foram cumpridos, nesta terça-feira (15), pela Polícia Civil de Goiás, 12 mandados de busca e apreensão da Operação Terra Fraca, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), em Goiânia e em Palmas/TO. O objetivo da operação é apurar desvios de recursos públicos realizados na Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), a antiga Agetop. Os crimes, praticados entre os anos de 2013 e 2018, geraram um prejuízo de aproximadamente R$ 46 milhões aos cofres públicos.
A investigação foi iniciada depois de uma troca de informações com o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e durou mais de um ano. De acordo com as apurações, faziam parte do desvio de recursos algumas empresas privadas, ex-servidores e também pessoas do núcleo político que gerenciava os contratos da antiga Agetop, que superfaturaram a obra da GO-230 que permaneceu inacabada e só foi retomada neste ano de 2021.
“Eram duas empresas. Uma que venceu a licitação e a outra que foi subcontratada de forma ilegal, para executar a obra. Esse núcleo político garantia os pagamentos das medições realizadas e o núcleo financeiro girava esse dinheiro do grupo, de forma a transparecer um caráter lícito, configurando lavagem de dinheiro. É como se você licitasse uma casa e construísse um prédio. Nesse caso, aplicado a uma rodovia. O contrato celebrado foi anulado pela atual direção da Goinfra, que já concluiu o prejuízo calculado na ordem de R$ 46 milhões. Hoje passou por um novo processo, uma nova empresa assumiu”, informou o delegado Luiz Gonzaga Junior, adjunto da Deccor.
De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública, Rodney Miranda, o grupo alvo da Operação Terra Fraca é responsável, também, pelo rombo financeiro encontrado no estado de Goiás. “Conheço bem o histórico desse pessoal e tenho consciência da quantidade de recursos que foi tirada do Estado, haja vista que Goiás está até hoje em condição financeira difícil. Um Estado rico não poderia estar nessa condição e poderia dar mais assistência à sua população. Passando a limpo, como está sendo feito, vamos primeiro recuperar boa parte desses recursos e segundo, permitir que um novo momento aconteça no Estado”, afirmou.
Os suspeitos e empresas investigados responderão pelos crimes de peculato, organização criminosa, superfaturamento de obra e lavagem de capitais. “Iremos proceder a fase de análise dos objetos apreendidos. Nós não temos um prazo definido para a conclusão do inquérito, mas tão logo seja concluída essa análise, remeteremos ao Poder Judiciário”, assegurou o delegado Luiz Gonzaga Junior.
Nota da Goinfra:
“A propósito das investigações da Operação Terra Fraca, desencadeada pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil de Goiás, a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) informa o que se segue:
- A investigação apura desvio de recursos públicos da antiga Agetop (Agência Goiana de Transportes e Obras), entre os anos de 2013 e 2018.
- A atual gestão da agência está à disposição das autoridades policiais para colaborar com a investigação.
Goiânia, 15 de junho de 2021.
Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra)”
(Com informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública- Governo de Goiás)
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