quinta-feira, 21 de novembro de 2024

PF cumpre mandados de prisão e busca em Goiás, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro

POR | 06/08/2020
PF cumpre mandados de prisão e busca em Goiás, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro

Redação Jornal Somos

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Na manhã de hoje, quinta feira (06), a Polícia Federal deflagrou a Operação Dardanários, em que estão sendo cumpridos seis mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão nas cidades de Petrópolis (RJ), São Paulo (SP), São José do Rio Preto (SP), Goiânia (GO) e Brasília (DF). Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, pelo juiz federal Marcelo Bretas. A operação é um desdobramento das investigações realizadas no âmbito das operações Fatura Exposta, Calicute e SOS, indicou a PF.

 

A Operação cumpre os mandados para ‘desarticular conluio’ entre empresários e agentes públicos, que tinham por finalidade contratações dirigidas, especialmente na área da Saúde. Segundo a PF, a ofensiva apura crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa e foi nomeada em referência ‘aos agentes de negócios, atravessadores que intermediavam as contratações dirigidas’.

 

Segundo a PF, três pessoas já foram presas, entre elas o secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo Alexandre Baldy e um pesquisador da Fiocruz. Antes de assumir o cargo no governo Doria, Baldy foi eleito deputado federal em 2014, mas licenciou-se em novembro de 2017 para assumir o Ministério das Cidades durante o governo Temer. Antes de ser deputado, foi secretário de Indústria e Comércio de Goiás, entre 2011 e 2013. Durante as buscas em endereço ligado ao ex-deputado e ex-ministro em Brasília a PF apreendeu R$ 50 mil.

 

Investigações

Segundo o Ministério Público Federal, a partir da colaboração premiada de ex-diretores da Organização Social Pró-Saúde, ‘foi elucidado o pagamento de vantagens indevidas para agentes que pudessem interceder em favor da OS em relação aos pagamentos do contrato de gestão do Hospital de Urgência da Região Sudoeste (HURSO), em Goiânia, que foi administrado pela Pró-Saúde entre 2010 e 2017’.

“Para possibilitar o pagamento de valores não contabilizados, os gestores da OS à época instituíram esquema de geração de ‘caixa 2’ na sede da Pró-Saúde, com o superfaturamento de contratos, custeados, em grande parte, pelos repasses feitos pelo Estado do Rio de Janeiro, os quais constituíam cerca de 50% do faturamento nacional da organização social (que saltou de aproximadamente R$ 750 milhões em 2013, passando por R$ 1 bilhão em 2014 e chegando a R$ 1,5 bilhão em 2015)”, indicou a Procuradoria em nota.

 

O MPF aponta que os agentes ‘prosseguiram intermediando os interesses dos ex-diretores da Os na obtenção de contratos de sua empresa recém-criada com outros órgãos da administração pública, mediante o pagamento de um percentual a título de vantagens indevidas’.

 

Os investigadores identificaram a existência de um esquema de direcionamento de contratos da Junta Comercial do Estado de Goiás (JUCEG) e da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), através da Fundação de Apoio FIOTEC. 

“Nestes casos, os empresários colaboradores narraram que obtiveram êxito na contratação de serviços de sua empresa em razão do comando ou da influência que os investigados exerciam nos órgãos, e, em troca, pagaram altas quantias de dinheiro em espécie ou até mesmo através de depósitos bancários”, diz a Procuradoria.

 

Segundo os procuradores, a Receita Federal e o COAF apontaram operações suspeitas que indicam a possibilidade de utilização do núcleo familiar de investigados para ocultar os valores oriundos dos crimes de corrupção, peculato e organização criminosa.

 

Fonte: O Estadão e O Globo

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