sábado, 23 de novembro de 2024
Foto: Arquivo Pessoal/Diego Michel
Um dado que serve de alerta às autoridades de saúde foi revelado após uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG). O estudo encontrou ovos do mosquito Aedes Aegypti infectados por zika e chikungunya antes mesmo da eclosão (nascimento) do inseto. A coleta dos ovos foi feita em diversas regiões de Goiânia e lideradas por Diego Michel Fernandes, principal pesquisador do projeto.
“Esses vírus podem estar incubados nos ovos esperando o momento de novas epidemias, em tempos de seca, eles [vírus] usam isso como um mecanismo de continuar seu ciclo de vida na natureza porque não conseguem eclodir pela falta de água. Estão ali incubados em ovos de Aedes aegypti esperando para gerar outras endemias”, explicou Diego.
Ou seja, a presença do vírus em ovos indica uma “transmissão vertical”, quando não há um hospedeiro humano, o que é preocupante em um contexto de endemias (entenda melhor abaixo). A pesquisa é fruto do estudo do mestrado de Diego Michel na área de genética e biologia molecular, finalizado em 2023.
O artigo final será publicado na Revista Brasileira de Medicina Tropical nesta semana e conta com a participação de uma vasta equipe de trabalho (confira no fim da reportagem).
Afinal, por que é um alerta?
Segundo Diego, é comum na ciência o fato que os mosquitos já infectados acabam picando uma pessoa que serve como hospedeira do vírus. Essa é a transmissão horizontal. No estudo abordado na UFG, a transmissão é vertical. Neste caso, pode acontecer um aumento das arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos (dengue, chikungunya e zika).
“O mosquito infectado deposita os ovos já com o vírus no ovo. Então, esse mosquito quando ele eclodir, já estará altamente infeccioso, ele não precisará procurar um hospedeiro contaminado para se contaminar e aí sim proliferar, ele já estará contaminado desde o nascimento”, explicou.
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