sexta-feira, 26 de abril de 2024

Goiás

OVG aperta rédeas após fraude de estudante de medicina

POR Jornal Somos | 04/12/2018
OVG aperta rédeas após fraude de estudante de medicina

Reprodução/OVG

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Após a polêmica envolvendo uma estudante de medicina de medicina beneficiada pela bolsa universitária de cerca de R$7.000,00 concedida pela Organização de Voluntária de Goiás (OVG), a entidade anunciou a realização de auditorias internas de todos os processos seletivos, somadas à visitas a todos os beneficiados de bolsas integrais e parciais.

 

O caso foi revelado pela promotora de Justiça Villis Marra, que recomendou à diretora do Programa Bolsa Universitária da Organização das Voluntárias de Goiás, Rúbia Erika Prado Cardoso, que suspenda imediatamente a bolsa universitária concedida à estudante Inddira Rodrigues Barbosa, estudante do curso de medicina da Faculdade Alfredo Nasser (Unifan). A orientação também foi para que o benefício seja revogado definitivamente, em 30 dias, por não preencher o requisito de necessidade econômica e social, exigível para a sua concessão.

 

A promotora também requereu a realização de avaliações periódicas, de preferência anualmente, nos benefícios, para apurar se os beneficiários ainda mantêm os requisitos necessários à concessão da bolsa. Villis Marra relata que a mensalidade na Unifan, para o curso de medicina, gira em torno de R$ 7 mil. A beneficiária, no entanto, tem elevado padrão de vida, incompatível com o programa social. Conforme apurado pelo Centro de Inteligência do MP, além de morar em um condomínio de luxo, ter casado em Las Vegas, e ostentar suas viagens internacionais nas redes sociais, Inddira é proprietária de um Citroen C-3/2014, vive possivelmente em união estável com um empresário prestador de serviços ao Estado e fazendeiro, figurando como proprietário uma fazenda e arrendatário de outras duas.

 

A própria OVG informou ao MP que a aluna recebia bolsa integral em 2016, mas, por não ter atingido a média oito, a bolsa foi reduzida para parcial em 2017, passando ao valor de R$ 400,00. Tanto a aluna como seu companheiro já foram ouvidos pela promotora, confirmando sua união estável, a moradia no condomínio de luxo e o casamento no exterior. Embora o homem tenha declarado estar em crise financeira, o elevado padrão de vida levado por eles é incompatível com o programa, avalia a promotora.

 

As redes sociais da estudante, natural de Ipameri e que estuda na Faculdade Alfredo Nasser (Unifan), em Goiânia, serviram de prova para a suspeita da denúncia apresentada ao MP/GO. Inicialmente a bolsa era integral e contemplava o valor de R$7 mil. A partir de 2017 o benefício se tornou parcial, após a jovem não atingir a média necessária.

 

Em visita à casa do pai, técnicos da OVG constataram uma realidade adequada aos critérios, mas a suspeita é de que ela tenha omitido a relação estável com o empresário milionário.

 

Entre as medidas para melhor controlar e aumentar a rigidez da análise dos requisitos, a OVG afirmou que está finalizando um novo sistema informatizado, que entrará em vigor já em janeiro de 2019 e exigirá em todas as renovações semestrais a comprovação das informações prestadas, incluindo cópias digitais dos documentos.

 

A organização informou ainda que intensificou as visitas residenciais aos bolsistas, ampliando o número para os bolsistas veteranos. A promotora de Patrimônio Público do Ministério Público de Goiás (MP/GO), Villis Marra, que apura a suspeita de fraude cometida por estudante de Medicina, cujo padrão de vida não atenderia os critérios do programa, diz perceber falhas na maneira como as análises são feitas, suscetíveis inclusive à influência do famoso apadrinhamento político. 

 

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