quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Na manhã desta quarta-feira (29), a Polícia Civil iniciou operação, batizada de Fraudare, para desmontar um esquema fraudulento de falsificação e venda de carros de luxo de locadoras de veículos. São cumpridos, ao todo, 18 mandados de prisão e três de busca e apreensão em Goiás, São Paulo e Distrito Federal. A corporação também conseguiu na Justiça o bloqueio de R$ 1 milhão em bens e valores.
Até as 10h30, de acordo com a polícia, seis pessoas já haviam sido presas, sendo quatro em Goiânia, uma em Uruaçu e outra em Abadiânia. Em Goiás ainda há mandados para serem cumpridos em Anápolis e Rio Verde. O restante são de São Paulo, Osasco e Brasília.
A ação é coordenada pela polícia de Goiás com apoio da corporação paulista. O grupo, de acordo com as investigações, alugava os carros de luxo e depois conseguia transferi-los para o nome de um laranja após falsificar os documentos.
Os veículos eram revendidos a pessoas de boa-fé como se fossem regulares. Os investigadores acreditam que ao menos dez carros foram negociados de forma criminosa.
Esquema
Segundo Maurício Massanobo Kai, delegado responsável pelo caso, as investigações começaram após uma vítima, que adquiriu um dos carros, ter problemas para realizar a transferência, pois a locadora já havia registrado uma ocorrência de roubo. O delegado explica que o esquema era organizado e realizado em quatro etapas.
“Primeiro, pessoas cooptadas locavam os carros por um período longo. Depois, o carro tinha o documento falsificado e transferido para o nome de um laranja. Em seguida, era transferido novamente para outra pessoa para aparentar legalidade. Por fim, o carro irregular era vendido a pessoas de boa fé”, esclarece.
Os dez carros ficavam em nome de um único laranja, preso há alguns. Segundo Maurício, ele usava a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsificada de um engenheiro do Mato Grosso, que não sabia do golpe.
Segundo a investigação, o grupo contava com a ajuda de uma oficial de cartório de Rio Verde, para conseguir ludibriar a fiscalização e tornar o golpe menos imperceptível, ela autenticava os documentos dos veículos para realizar a transferência de forma irregular. Mesmo com o pedido dos policiais, a Justiça não determinou a prisão dela.
Nenhum dos carros foi apreendido, pois estão com pessoas que compraram sem saber das fraudes. De acordo com o delegado, se eles comprovarem que também foram vítimas, podem conseguir na Justiça manter o veículo. No caso, as locadoras ficariam responsáveis por buscar o ressarcimento na esfera cível.
Os suspeitos responderão pelo crime de estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
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