sexta-feira, 19 de abril de 2024

Goiás

Número de goianos inadimplentes cresce 2,85% em abril

POR | 13/05/2020
Número de goianos inadimplentes cresce 2,85% em abril

Blog Vindi

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Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) publicados esta semana, o número de pessoas com dívidas no estado de Goiás aumentou 2,85% de março para abril. Uma situação que até certo ponto já era esperada e permitida em algumas áreas diante das normas e suspensões por conta da pandemia do novo coronavírus.

 

De acordo com a mesma pesquisa, a variação foi superior ao registrado no Centro-Oeste e no Brasil, em que a média ficou em 1,68%. E ainda segundo o relatório, o principal motivo do endividamento são os compromissos não honrados com bancos. Porém, o nível de inadimplência pode ser ainda maior do que os dados mostram. “Ninguém deixa de pagar se tiver condições, as consequências é que vão fazer as pessoas ficarem inadimplentes, a situação da economia no País”, completa o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO), Valdir Ribeiro. Para ele, a preocupação com emprego e renda aumentou com o anúncio do governador Ronaldo Caiado (DEM) de que será preciso novo endurecimento das medidas de isolamento, porque empresários se programavam para uma retomada. Segundo Valdir, além das dívidas com comércio e bancos, que é a maior parte (43,59%) no Estado, a quarentena traz receio de que a inadimplência de água e energia elétrica – que ficaram impossibilitadas de serem cortadas – torne as finanças dos consumidores ainda mais complicadas. Os goianos mais inadimplentes são os que estão entre 30 e 39 anos, na etapa da vida de compra da casa própria, de carro, ciclo de compras que deve ser interrompido.

 

A superintendente da CDL Goiânia, Dina Marta Correia, em entrevista à reportagem do O Popular, explica que há uma subnotificação, o que justificaria, inclusive, a queda de 0,15% no número de devedores em abril em comparação com o mesmo período de 2019. Ela lembra que a maior parte das empresas teve de suspender as atividades por conta das medidas de isolamento social do Estado e parte delas não incluiu os inadimplentes no banco de dados. Isso faz ter um retrato apenas parcial da situação.

“Eu não tenho dúvida de que o número seria diferente se as empresas estivessem com as atividades normais.” Ela também cita o caso de comércios que utilizam crediário, o famoso carnê, em que os clientes não conseguiram pagar o boleto, mesmo que pudessem, porque as lojas estavam fechadas. “Há uma inadimplência, mas ela precisa ser notificada e isso não foi feito.” “Não sabemos quando a crise vai passar e com lojas fechadas a tendência é que pessoas sejam desligadas, ou seja, cresce o desemprego e a inadimplência tende a subir.” Apesar da subnotificação na análise atual, Dina defende que seguro-desemprego e o auxílio emergencial do governo federal podem ter freado um aumento ainda mais expressivo nas dívidas dos goianos. “No futuro, as medidas vão esgotar e vamos depender de como o governo vai reagir e socorrer as empresas.” 

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