sexta-feira, 26 de abril de 2024

Goiás

Nova denúncia contra João de Deus aponta para uma possível rede de proteção

POR Jornal Somos | 14/01/2020
Nova denúncia contra João de Deus aponta para uma possível rede de proteção

Reprodução

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Uma nova denúncia foi oferecida pelo Ministério Público (MP-GO) contra o médium João Teixeira de Faria, conhecido popularmente como João de Deus. O novo fato que chama atenção nesta 12ª denúncia é a possibilidade de uma rede de proteção que encobria os crimes do médium.

 

Dois guias turísticos foram incluídos nas investigações de estupro de vulnerável contra duas vítimas do Rio Grande do Sul. De acordo com a promotora de Justiça, Renata Caroliny Ribeiro e Silva, os suspeitos acobertaram os crimes com a intenção de não perderem prestígio, constituírem renda e manterem acesso à Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus atendia.

 

Segundo a promotora, a rede de proteção não só tolerava os atos ilícitos como também atuava “freneticamente para que essas vítimas não procurassem à Justiça”, uma vez que, após abusadas, elas eram encorajadas a relataremtodo o ocorrido aos guias, que as convenciam de que o abuso as curariam de qualquer enfermidade.

 

“As respostas obtidas [pelas vítimas] por esses guias são que tudo não passava de um processo de limpeza, de cura espiritual e na verdade podia ter uma entidade incorporada no médium que realizaria o processo de cura por meio de relação sexual. Eles também alegavam que ejaculações seriam muito mais fortes que qualquer cirurgia espiritual que poderiam realizar. Eles também falavam que tudo era um processo de limpeza. E que homens também passavam por meio de processo de limpeza por meio de atos sexuais. Entretanto, era feito por um outro funcionário masculino da casa”, afirma Renata Caroliny.

 

A promotora ainda explica que a inclusão dos guias à denúncia ocorreu em razão da proximidade deles com as vítimas, onde mesmo sendo confidentes e possuindo consciência dos crimes, não agiram no intuito de paralisar os abusos.

 

Em nota, o advogado do médium, Anderson Van Gualberto de Mendonça, informou que: “a defesa ainda não foi intimada sobre esta nova denúncia, mas de antemão, caso esta denúncia tenha sido desenhada com os mesmos contornos das anteriores, não terá melhor sorte nos tribunais superiores, pois o Ministério Público vem fazendo verdadeiro malabarismo jurídico para tentar prevalecer a qualquer custo as imputações criminais inverídicas e para tanto utiliza os meios de comunicação para inflacionar o sentimento de ódio contra o meu cliente, fazendo do processo um espetáculo público”.

 

Até então, os dados do MP-GO afirmam que 319 mulheres, de diversos estados do país, fizeram contato por meio de ligação ou e-mail relatando que também foram abusadas. Entre estas, 194 compuseram denúncias devidamente formalizadas. Ao todo, 144 vítimas já foram ouvidas pelo órgão, onde 57 não estão prescritas e formalizaram denúncias, enquanto outras 87 foram arroladas como testemunhas no processo.

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