Nas eleições de 2018, mais de 35% das mulheres que concorreram para a Assembleia Legislativa receberam menos de 100 votos. De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Goiás a média de votos recebidos pelas mulheres foi quatro vezes menor que a dos homens. Nessa disputa haviam 243 mulheres e 554 homens. O partido que lidera a divergência entre a média de votos é o PTC, com 12.832 para os homens e 117 para as mulheres.

O TSE exige que 30% das vagas para registrar candidatura seja destinada às mulheres. Muitos partidos lançam as candidaturas femininas apenas para cumprir a cota, e assim não investem em suas campanhas e nem incentivam. Um exemplo é a candidata a deputada estadual por Goiás, Kamila Ferreira, da Rede, que recebeu 4 votos e apenas 558,24 reais para financiar a sua campanha. O partido não se manifestou sobre o assunto até o momento.

A representatividade da mulher na cena política ainda é muito pequena comparada a dos homens. Elas ainda sofrem muitos preconceitos desde sua candidatura até a eleição e às vezes até depois do fim do mandato. Por exemplo, a opressão sofrida pela ex-presidente Dilma Rousseff durante e após o processo de impeachment, além da perseguição sofrida pela candidata à presidência Marina Silva. Nos dois casos os comentários sempre saem do foco político e acabam por ofendê-las pessoalmente.

Há muitas falhas no incentivo das candidaturas femininas, o que faz com que muitas desistam após o início da disputa. Registrar candidatura feminina apenas para cumprir cota pode resultar na cassação de todos os candidatos do partido. Em Goiás, dos 41 deputados estaduais eleitos, somente duas são mulheres. Na Câmara Federal, ainda por Goiás, das 62 candidatas, duas foram eleitas.